Familiares e amigos de Pedro Lucas Ramos estiveram na DHC nesta terça pedindo justiçaPedro Teixeira / Agência O Dia
Publicado 13/08/2024 18:39
Rio - "Foi um baque muito forte. Todos nós estamos bem tristes com isso. A gente só quer que a justiça seja feita." O relato é de Leandro Sena Gomes, de 29 anos, irmão de Pedro Lucas Oliveira Ramos, de 20, que foi morto a tiros pelo pai de uma adolescente, de 14 anos, que o acusou de abuso sexual em Vargem Pequena, na Zona Oeste. A família do jovem, que nega o crime, esteve na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), na Barra da Tijuca, na tarde desta terça-feira (13), para conseguir informações sobre as investigações. O irmão da menina, que estava junto com o pai no dia do homicídio, prestou depoimento.
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Ao DIA, Leandro disse que soube do caso após ver o vídeo do assassinato na mídia. Ele pensou que a vítima era seu pai, pois os dois são parecidos e possuem até o mesmo jeito de andar. O jovem tinha cinco irmãos por parte de pai - incluindo Leandro - que não o conheciam, mas que gostariam de tê-lo encontrado em vida.
"Quando eu vi o vídeo, eu pensei se era o nosso pai. Quando eu vi com mais calma que eu soube que era o Pedro, que era um irmão nosso que a gente não tinha contato ainda. Foi um baque muito forte para mim. Ficar sabendo pelas mídias sobre algo bem trágico. Ele tinha cinco irmãos e não conheceu nenhum porque não deu tempo. Cada um morava em um país e em um estado. Eu voltei pro Rio há mais ou menos uns oito meses e estava tentando contato com ele, porém o Pedro não tinha o mesmo sobrenome do que nós cinco. Era uma busca que ia durar anos ou meses. Acabou que não deu tempo", disse.
Assim que soube do caso, Leandro procurou contato de amigos e familiares mais próximos do irmão. Na tarde desta terça-feira (13), ele esteve na sede da DHC junto com Mônica Oliveira Ramos, mãe de Pedro, para tentar novidades sobre as investigações. Os presentes levaram cartazes pedindo justiça.
"Todo mundo que cerca ele e todos os amigos mais próximos dele me relataram que o Pedro sempre foi um cara com o coração muito grande, que não fazia mal para ninguém. Foi algo muito cruel que esses dois fizeram com ele. Pelo o que todos nós soubemos, essa menina já tem um histórico bem pesado sobre isso para a idade dela, até de envolvimento com outros caras. A gente tem 100% certeza que o Pedro não fez isso [abuso sexual]. Todos nós queremos é que esses dois paguem pelo o que foi feito. Claro que ele não vai ter a vida dele de volta, a Mônica perdeu o filho e nós perdemos um irmão que nem deu tempo da gente conhecer. Todos nós estamos bem tristes com isso. A gente só quer que a justiça seja feita", completou.
O irmão da adolescente que acusou o jovem de abuso sexual prestou depoimento nesta terça-feira (13) na delegacia. No dia do crime, ele estava junto com o pai, responsável pelos disparos.
Relembre o caso
Câmeras de segurança flagraram o momento do homicídio, ocorrido em Vargem Pequena, na Zona Oeste, na última quarta-feira (7). Pedro anda pela rua sozinho a caminho do trabalho quando é abordado pelo irmão e pelo pai da adolescente, de 14 anos, que o acusou de tê-la abusado sexualmente. O pai da jovem atira pelo menos três vezes contra a vítima, que tenta fugir, mas morre no local.
Veja o vídeo:
Ao DIA, Mônica Oliveira Ramos, mãe de Pedro Lucas, disse que o filho morreu por causa de uma fofoca de adolescente. Segundo ela, a inocência do filho já foi provada e a própria menina confessou que inventou a história do abuso.
Mônica revelou que, no mesmo dia do assassinato, ela recebeu em casa a mãe da menina e a própria adolescente para conversar sobre o assunto. De acordo com a acusação, Pedro Lucas teria estuprado a menina em 10 de julho, mas a história só veio à tona na última quarta-feira (7), data do homicídio.
Durante a conversa, Mônica sugeriu que a mulher registrasse o caso para que fosse feito um exame de corpo de delito e a investigação começasse, mas, o filho foi assassinado minutos depois.
"Meu filho morreu por uma fofoca de adolescente. Ele já estava namorando com uma outra menina. Eu consegui entrar no telefone dele logo depois que enterrei ele e vi que essa menina fazia da vida dele e da namorada um inferno. Acabei de vir da delegacia e deixei tudo lá, todas as provas da sua inocência. A menina faz parte disso porque inventou uma história e isso tirou a vida do meu filho. Ele foi morto inocentemente dez minutos depois de a família dela ter saído da minha casa, por uma briga e ciúmes de adolescente. A data em que ela falou é impossível, pois foi no dia do meu aniversário. Ninguém que foi estuprado em 10 de julho vai sentir dor em 7 de agosto. Provavelmente, essa menina deve estar grávida", alega.
O caso segue sendo investigado pela DHC. Os agentes ouviram testemunhas e realizam diligências para localizar o suspeito e esclarecer todos os fatos.
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