Publicado 19/08/2024 21:08
Rio - A 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) ouviu, nesta segunda-feira (19), o petroleiro Bruno Lima da Costa, de 34 anos, uma das vítimas do sequestro a ônibus da Rodoviária do Rio, em março deste ano. Outras três testemunhas também prestaram depoimento e relembraram os momentos de pânico dentro do coletivo. Esta foi a segunda e última fase da audiência de instrução e julgamento do processo contra Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, que fez 16 reféns dentro do coletivo.
PublicidadeO primeiro a prestar depoimento foi Bruno Lima da Costa, de 34 anos, atingido por três disparos, na clavícula, na altura do coração e próximo ao baço. Apesar de morar em Juiz de Fora, ele preferiu ser ouvido presencialmente. O petroleiro contou que tinha descido do ônibus, após o mesmo apresentar defeito e não conseguir dar a partida. Em seguida, ele ouviu três disparos e muitos gritos. Disse que ficou em estado de choque e que só percebeu que tinha sido atingido quando viu uma mulher caída, que também tinha sido atingida.
Durante o depoimento, Bruno, a pedido do Ministério Público, tirou a camisa para mostrar as marcas dos disparos que o atingiram, além das cicatrizes das várias cirurgias que teve que se submeter durante os 54 dias em que ficou internado. Ele contou que retornou às atividades profissionais somente na última sexta-feira (16).
A segunda testemunha a depor, desta vez por videoconferência, foi a vítima Ariane Ribeiro Amorim, uma das reféns do sequestrador. Ela contou que tentou sair do ônibus após ouvir os disparos, mas que o Paulo Sérgio a impediu e a levou para os fundos do ônibus. "Ele disse para eu ficar com o corpo colado ao dele, pois se a polícia atirasse, atingiria os dois", contou.
Ariane também contou que Paulo Sergio a mandou fazer, com o próprio celular, uma chamada de vídeo para o marido dela, para mostrar que ele estava com a refém. Como o marido não atendeu, o sequestrador gravou um áudio e um vídeo para Ariane enviar para o marido.
Durante o depoimento, Bruno, a pedido do Ministério Público, tirou a camisa para mostrar as marcas dos disparos que o atingiram, além das cicatrizes das várias cirurgias que teve que se submeter durante os 54 dias em que ficou internado. Ele contou que retornou às atividades profissionais somente na última sexta-feira (16).
A segunda testemunha a depor, desta vez por videoconferência, foi a vítima Ariane Ribeiro Amorim, uma das reféns do sequestrador. Ela contou que tentou sair do ônibus após ouvir os disparos, mas que o Paulo Sérgio a impediu e a levou para os fundos do ônibus. "Ele disse para eu ficar com o corpo colado ao dele, pois se a polícia atirasse, atingiria os dois", contou.
Ariane também contou que Paulo Sergio a mandou fazer, com o próprio celular, uma chamada de vídeo para o marido dela, para mostrar que ele estava com a refém. Como o marido não atendeu, o sequestrador gravou um áudio e um vídeo para Ariane enviar para o marido.
"Depois de muito tempo de negociação ele concordou em se entregar, mas falando, novamente, que eu tinha que ficar com o corpo colado ao dele", disse Ariane, que também contou que Paulo Sérgio, antes de se entregar, abriu sua bolsa e jogou algo nela. Depois ela soube, pela polícia, que se tratava de um montante em dinheiro.
Ao encerrar o depoimento, Ariane contou que, atualmente, faz tratamento psicológico e psiquiátrico, além de fazer uso de medicamentos para ansiedade e depressão.
Também por videoconferência, a terceira testemunha a depor foi a vítima Carlos Felipe Sanglard Torres, atingido por estilhaços de vidro do ônibus provocados pelos disparos. Ele foi seguido pela Major Alexandra Valéria Vicente da Silva, última a depor. Psicóloga do Bope, ela falou sobre sua atuação, acompanhando a equipe de negociadores que atuaram para a rendição do sequestrador.
Ao encerrar o depoimento, Ariane contou que, atualmente, faz tratamento psicológico e psiquiátrico, além de fazer uso de medicamentos para ansiedade e depressão.
Também por videoconferência, a terceira testemunha a depor foi a vítima Carlos Felipe Sanglard Torres, atingido por estilhaços de vidro do ônibus provocados pelos disparos. Ele foi seguido pela Major Alexandra Valéria Vicente da Silva, última a depor. Psicóloga do Bope, ela falou sobre sua atuação, acompanhando a equipe de negociadores que atuaram para a rendição do sequestrador.
No momento do interrogatório, o réu Paulo Sergio de Lima optou por permanecer em silêncio.
Relembre o caso
O sequestrador Paulo Sérgio fez 16 reféns, entre eles uma criança de colo e seis idosos, em um ônibus da Viação Sampaio, na plataforma central, no dia 12 de março deste ano. Ele se entregou após três horas de negociação com policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Todos os passageiros foram liberados por volta das 17h55, sem ferimentos. No entanto, em meio aos disparos, dois homens ficaram feridos do lado de fora do coletivo e foram socorridos. O sequestrador estava a caminho de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Em razão do sequestro, a segunda maior rodoviária da América Latina teve quer ser completamente esvaziada.
Segundo a polícia, acusado teria participado de um roubo a van e atirado contra traficantes da Rocinha, na Zona Sul, onde ele morava, no dia 10 de março. Estes episódios resultaram na tentativa de fuga do homem, consequentemente, no sequestro ao coletivo. Antes do sequestro, o preso tinha duas passagens por roubo à mão armada. Ele também havia sido preso em 2019 e saído do sistema penitenciário em março de 2022.
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