Publicado 22/08/2024 19:58
Rio - A Justiça do Rio decretou, nesta terça-feira (20), a prisão temporária de Aderval da Silva, de 45 anos, suspeito de matar a tiros Pedro Lucas Oliveira Ramos Soares, de 20, em Vargem Pequena, na Zona Oeste. O crime aconteceu após o jovem ser acusado de estuprar uma adolescente, de 13 anos, filha do autor dos disparos. Familiares da vítima negam o abuso e garantem que a menina inventou a história.
PublicidadeO homicídio aconteceu no dia 7 de agosto no meio de uma rua do bairro. Câmeras de segurança flagraram o momento do crime. Pedro Lucas aparece andando a caminho do trabalho quando dois homens o abordam. A dupla seria Aderval, pai da menina que acusou o jovem de estupro, e seu segundo filho. A vítima tenta fugir, mas é atingida por pelo menos três tiros e morre no local.
Veja o vídeo:
Nesta terça-feira (20), a juíza Lúcia Mothe Glioche, da 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ), decretou a prisão temporária, por 30 dias, do suspeito. De acordo com a magistrada, depoimentos dados até o momento geram indícios suficientes do envolvimento de Aderval no crime, que segue sendo investigado.
"A prisão temporária revela-se necessária à continuidade das investigações sem a influência negativa do indiciado no seu andamento, para garantir a identificação de testemunhas que porventura tenham conhecimento do ocorrido e para garantia da segurança das testemunhas que já depuseram. Soma-se a isso o fato de que o indicado, após a prática do crime, deixou o local onde reside, no suposto intuito de evitar a aplicação da lei penal e conhece a rotina das pessoas que moram na localidade e que eventualmente serão chamadas para depor sobre os fatos, sendo crível que as intimidará", diz a decisão.
Glioche ainda determinou a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) elabore o relatório conclusivo sobre as investigações em um prazo de 20 dias.
Procurado, o advogado Fábio Dias Oliveira, que representa a família de Pedro, disse que está esperando o resultado da investigação e que também deseja a prisão do irmão da adolescente, que estaria junto com o suspeito no momento do crime. De acordo com a defesa, um laudo de exame de corpo de delito comprovou que não houve estupro na menina.
'Fofoca de adolescente'
Ao DIA, Mônica Oliveira Ramos, mãe de Pedro Lucas, disse que o filho morreu por causa de uma fofoca de adolescente. Segundo ela, a inocência do filho já foi provada e a própria menina confessou que inventou a história do abuso.
Mônica revelou que, no mesmo dia do assassinato, ela recebeu em casa a mãe da menina e a própria adolescente para conversar sobre o assunto. De acordo com a acusação, Pedro Lucas teria estuprado a menina em 10 de julho, mas a história só veio à tona no dia 7 de agosto, data do homicídio.
Durante a conversa, Mônica sugeriu que a mulher registrasse o caso para que fosse feito um exame de corpo de delito e a investigação começasse, mas, o filho foi assassinado minutos depois.
"Meu filho morreu por uma fofoca de adolescente. Ele já estava namorando com uma outra menina. Eu consegui entrar no telefone dele logo depois que enterrei ele e vi que essa menina fazia da vida dele e da namorada um inferno. Acabei de vir da delegacia e deixei tudo lá, todas as provas da sua inocência. A menina faz parte disso porque inventou uma história e isso tirou a vida do meu filho. Ele foi morto inocentemente dez minutos depois de a família dela ter saído da minha casa, por uma briga e ciúmes de adolescente. A data em que ela falou é impossível, pois foi no dia do meu aniversário. Ninguém que foi estuprado em 10 de julho vai sentir dor em 7 de agosto. Provavelmente, essa menina deve estar grávida", alega.
O caso segue sendo investigado pela DHC. O irmão da menina prestou depoimento na especializada no mesmo dia em que familiares de Pedro Lucas realizaram um ato pedindo justiça.
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