Publicado 26/08/2024 16:19
Rio - A cidade do Rio completou, nesta segunda-feira (26), uma semana da inauguração da primeira faixa exclusiva a motociclistas. Implementada de maneira experimental na Autoestrada Engenheiro Fernando Mac Dowell, conhecida como Lagoa-Barra, a novidade agradou quem passa pela região. Em entrevista ao DIA, motociclistas contaram como foi a experiência de usar a pista exclusiva nos primeiros sete dias de funcionamento. fotogaleria
PublicidadeA motofaixa funciona na pista sentido Lagoa, Zona Sul do Rio, e tem 2 km de extensão delimitados por sinalização azul entre as duas faixas já existentes na via. Nela, os motocicletas podem circular em velocidade máxima de até 60 km/h.
Morador da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, Eduardo Maleque, de 34 anos, trabalha na Zona Sul e passa todos os dias pela Autoestrada Lagoa-Barra com sua moto. Eduardo disse ter ficado feliz ao saber dessa novidade e reforçou que a faixa traz mais segurança ao trafegar pela região. Ele agora torce para que a motofaixa se estenda para outras regiões da cidade.
"Para o motociclista do dia a dia o mais importante é não ser derrubado, não morrer. A gente encontrava muita dificuldade por conta da falta de educação dos motoristas com os motociclistas. A motofaixa pode ajudar nesse processo de educação, já que agora eles ficam mais alertas e estão passando a respeitar mais as motos. Para a gente essa pista ficou muito boa, traz mais agilidade e segurança", disse Eduardo.
Segundo o gestor de investimentos, a quantidade de usuários de moto aumentou, principalmente por conta dos serviços de entregas e transporte de passageiros através de aplicativos.
"Isso está mudando a mobilidade urbana e os motoristas estão começando a ter um olhar mais atento para o corredor das motos. Acredito que a principal mudança dessa inciativa é trazer mais segurança ao motociclista e educar os motoristas em um modo geral", reforçou.
O assistente de suporte logístico Breno Silva de Albuquerque, 23 anos, é um dos exemplos citados por Eduardo. Morador de Quintino, na Zona Norte, Breno faz renda extra como motorista por aplicativo e constantemente precisa passar pela autoestrada.
"Para mim, melhorou bastante tanto na questão da segurança quanto no fluxo do trânsito. Querendo ou não, agora a gente tem uma exclusividade. Antes nós disputávamos [espaço] com os carros e agora temos essa faixa própria. Acredito que foi uma ideia muito boa ter essa pista exclusiva para os motociclistas", disse Breno.
Quem também utiliza sua moto para fazer uma renda extra é Alexsander Carvalho, de 32 anos. Trabalhando como operador de telemarketing, ele usa o veículo para fazer entregas dos produtos que vende para complementar renda.
"Eu gostei bastante dessa iniciativa. Achei que melhorou porque os carros acabam respeitando mais. Nas ruas normais, muitos motoristas não deixam o corredor livre para as motos passarem e isso pode causar acidentes e até mortes. Já com essa faixa exclusiva, eles não vão fechar a nossa passagem. Vão parar na pista deles e vão deixar nossa faixa livre. Com isso, a gente consegue trafegar tranquilo e com mais segurança", disse o motociclista, que usou a faixa exclusiva quatro vezes ao longo desses sete dias de funcionamento.
Morando no Centro de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Alexsander reforçou a importância da iniciativa. O motociclista deseja que a partir de agora a cidade do Rio tenha mais motofaixas e que os municípios vizinhos possam seguir o exemplo da capital fluminense.
"Seria importante que todos tivessem olhar cuidadoso com os motociclistas para a gente poder trafegar por todos os lugares de forma segura. Se começarem a fazer essas motofaixas em outras vias, como Avenida Brasil, Presidente Dutra, Linhas Vermelha e Amarela, seria muito interessante. Pela minha experiência no trânsito, acho que iria reduzir bastante os acidentes", disse.
Segundo dados da CET-Rio, cerca de 600 motos circulam por hora na Lagoa-Barra, o que corresponde a 20% do fluxo. Ao todo, 44% das vítimas de acidentes de trânsito no trecho da Autoestrada são motociclistas e passageiros.
Além disso, câmeras da prefeitura mostram que 41,9% das motocicletas se envolvem em situações perigosas ao mudar de faixa e circular entre os carros ou pelo acostamento.
*Reportagem do estagiário João Pedro Bellizzi, sob supervisão de Thiago Antunes
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