Gabriel Pereira dos Santos, de 24 anos, foi morto após fazer uma manobra de motoReprodução / Redes Sociais
Publicado 30/08/2024 20:07 | Atualizado 30/08/2024 21:03
Rio - A Justiça do Rio mandou soltar o policial militar acusado de matar o motociclista Gabriel Pereira dos Santos, de 24 anos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A decisão, assinada nesta quinta-feira (28), veio após um parecer do Ministério Público do Rio de Janeiro, solicitando a substituição da prisão preventiva pelo cumprimento de medidas cautelares. O PM responderá ao processo em liberdade.
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O MP se posicionou favorável à soltura do policial Allan Mendes Rocha na quarta-feira (28). O agente foi preso na noite do dia 16 deste mês, quando o crime aconteceu. A decisão foi assinada pelo juiz Adriano Celestino Santos, responsável pelo caso, na noite desta quinta-feira (29).
As medidas cautelares são: comparecimento mensal em juízo (até o dia 10 de cada mês), a fim de informar e justificar atividades, devendo manter seu endereço atualizado; proibição de manter contato com familiares da vítima e testemunhas, pessoalmente ou por qualquer meio de comunicação; proibição de ausentar-se da Comarca por período superior a 10 (dez) dias sem comunicar ao Juízo.
O MPRJ também fez a solicitação de oitiva de testemunhas, com a inclusão da família da vítima. Eles também destacaram a necessidade de devolver o celular de Gabriel aos familiares. 
Família repudia a decisão
A família de Gabriel ficou sabendo sobre a decisão nesta quinta-feira (29). Indignados, eles afirmaram que irão fazer uma nova manifestação, com objetivo de expressar a revolta pela soltura do acusado de tirar a vida do rapaz. 
"Mais uma vez na história, vemos nossa Justiça protegendo o crime e banalizando as vítimas. Nossa família está destruída psicologicamente, e ainda temos que ver o MP tentando soltar esse criminoso. Que esperança podemos ter, em um país que pune as vítimas e seus familiares? Não sabemos mais a quem recorrer!", desabafou Rosimar Dutra, pai de Gabriel, ao DIA.
Juntos de amigos da vítima, os familiares pretende fazer uma nova manifestação na quarta-feira (4), às 14h, em frente ao MPRJ em Nova Iguaçu, com objetivo de contestar a decisão. 
O caso
Gabriel estaria realizando manobras na Estrada Federal de Tinguá quando foi atingido. De acordo com o comando do Segurança Presente, um dos policiais que estava no local presenciou o ocorrido e disse que o agente disparou ao perceber que Gabriel poderia lançar a moto contra ele.
Allan também tem a sua conduta investigada pela corregedoria da PM, além de ter sido descredenciado do programa Segurança Presente.
Os agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense estiveram no local onde o disparo ocorreu para realização de perícia. Na ocasião, o policial foi ouvido pelos agentes e sua arma recolhida e levada para análise.
Segundo a Secretaria de Estado de Governo (Segov), as câmeras usadas pelos agentes integrantes do Segurança Presente que estavam presentes também serão disponibilizadas para a DHBF. "A conduta do policial está sendo investigada pela Corregedoria da PM e ele será descredenciado do CPROEIS se constatado qualquer erro durante a abordagem", disse em comunicado.
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