Luzia Helena Reis, de 60 anos, foi assassinada pelo filho em CosmosArquivo Pessoal
Publicado 03/09/2024 18:15
Rio - A família de Luzia Helena Reis, de 60 anos, morta a facadas pelo filho em Cosmos, na Zona Oeste, acredita que a motivação para o crime seja a relação ruim entre a vítima e a namorada do criminoso. Moisés Reis de Souza, de 20, foi preso em flagrante. Já sua companheira, de 17, foi apreendida por suspeita de envolvimento no assassinato.

Ao DIA, Bruna Reis, de 29 anos, sobrinha da vítima, contou que Luzia não aceitava que a namorada do filho morasse na casa dela. Há três meses, a adolescente foi para a residência da família e, desde então, ela teria conflitos com a sogra. Para Bruna, Moisés matou a mãe a pedido da jovem.

"Foi a pedido da namorada porque a minha tia não aceitava ela dentro da casa dela. Eles estavam morando há uns três meses. Aí começou um conflito entre os três. Desde quando a namorada dele começou a morar lá, ela tinha conflito com a minha tia, que não queria que ela morasse lá. Ela foi expulsa de casa, então dá para ver que não era uma boa pessoa. Minha tia tinha um dinheiro para receber e ele foi e matou ela. Ele disse que ia ficar com o dinheiro, a casa e a mulher”, disse.

Segundo Bruna, Moisés deu um chute na barriga da mãe e a esfaqueou no pescoço. Após isso, ele queimou o corpo da vítima e colocou em um terreno baldio. O assassinato teria sido cometido na última sexta-feira (30), mas o cadáver só foi encontrado nesta segunda-feira (2).

"Uma prima dele foi lá e colocou ele contra a parede. Foi quando ele confessou que deu um chute na barriga da minha tia, passou a faca no pescoço dela, deu mais facadas e tentou queimar ela. Como ele sabia que na segunda (2) eu ia atrás dela, ele pegou o corpo junto com a namorada e jogou a minha tia em um terreno baldio. Ele confessou para a prima dele onde estava o corpo, que estava meio carbonizado, cerca de 30%, com uma manta enrolada e nua. Ele ficou sexta à noite, mais o sábado inteiro, mais o domingo, e só na madrugada de segunda-feira que ele jogou a minha tia em um terreno baldio", explicou.
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Desaparecimento
Amigos e vizinhos de Luzia notaram o seu desaparecimento neste domingo (1º) e avisaram familiares. De acordo com Bruna, que mora na Ilha do Governador, na Zona Norte, Moisés falou para quem perguntava sobre sua mãe que ela tinha viajado para a casa da sobrinha. 
Quando soube sobre o desaparecimento, Bruna entrou em contato com o primo para saber o que aconteceu e recebeu a resposta que a tia tinha sumido sem dar explicações. Nesta segunda-feira (2), a familiar buscou a tia em hospitais e até no cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste, mas não a encontrou.
"Depois de muito tempo, no domingo às 22h, ele me ligou dizendo que a minha tia não estava em casa, que ela tinha sumido, que ela tinha levado documentos. Eu achei estranho. Como eu moro na Ilha e é contramão para mim, eu disse que ia de manhã. Eu e o meu marido fomos, rodamos Campo Grande inteiro, fomos em hospitais e no cemitério. Só depois fui na casa dele. Ele disse que foi nas primas dele e que ninguém sabia de nada. Ele disse que ia procurar e eu voltei para casa. Mentira, ele não tinha falado com ninguém", destacou.
Bruna contou que a tia era uma pessoa calma e serena, que nutriu diversas amizades pelo seu jeito. Agora, ela só quer que o primo pague pelo crime.
"Ela gostava de tomar café na casa das primas dele e conversar com os amigos. Ela era uma pessoa serena e tinha muitas amizades. Minha tia era maravilhosa, uma pessoa super calma e serena. Não tinha problema com ninguém. Tudo para ela estava bom. Te tratava bem, todo mundo na rua gostava dela. Ela tinha boca e não falava. Não sei o porquê desse infeliz fazer isso com a minha tia. Eu estou com ódio da cara dele. Por mim, ele vai apodrecer na cadeia", finalizou.
A família esteve na tarde desta terça-feira (3) no Instituto Médico Legal (IML) do Centro para reconhecer e liberar o corpo. Ainda não há informações sobre o sepultamento de Luzia.
Prisão
Segundo a Polícia Militar, agentes do 40º BPM (Campo Grande) foram chamados para verificar um homicídio na noite desta segunda-feira (2) no cruzamento da Rua Projetada Dois com a Rua Icurana. No local, eles encontraram o corpo de Luzia.
Posteriormente, os agentes conseguiram prender Moisés e a namorada na região. Eles foram encaminhados à 35ª DP (Campo Grande) e depois transferidos para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
A Policia Civil informou que o jovem foi autuado em flagrante por feminicídio, destruição, subtração ou ocultação de cadáver e corrupção de menores.
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