Baleia-franca é flagrada nadando na Baía de SepetibaReprodução / @rj_inea
Publicado 09/09/2024 14:16 | Atualizado 09/09/2024 15:57
Rio - Mais de 30 golfinhos da espécie boto-cinza foram vistos nadando ao redor de uma baleia-franca nas águas da Baía de Sepetiba, na manhã desta segunda-feira (9). Os animais foram flagrados pela equipe de monitoramento do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Publicidade
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento de harmonia entre os mamíferos e o mar. O show proporcionado por eles encantou os internautas: "Eles são muito lindos", comentou uma usuária. "Lindos", escreveu outra.

Segundo o especialista Leonardo Flach, as baleias-franca estão no litoral do Rio para descansar, antes de voltarem para seu habitat natural, no sul do país. De acordo com ele, a costa carioca não faz parte da rota desta espécie, que costuma visitar o Brasil apenas para se reproduzir.
Lobo-marinho aparece em praia da Região dos Lagos
No sábado (8), foi a vez de um lobo-marinho subantártico chamar a atenção de banhistas que aproveitavam o fim de semana de praia na Região dos Lagos. O mamífero apareceu de surpresa nas areias da Praia do Pontal, em Arraial do Cabo, e ficou descansando no local.
Em entrevista ao DIA, o coordenador do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos), Salvatore Siciliano, explicou que o animal provavelmente se perdeu do seu grupo e acabou pegando uma corrente marítima errada, que o levou à praia.
Lobo-marinho subantártico é visto descansando nas areias da praia do Pontal, em Arraial do Cabo - Divulgação / GEMM-Lagos
Lobo-marinho subantártico é visto descansando nas areias da praia do Pontal, em Arraial do CaboDivulgação / GEMM-Lagos
"Eles ficam vagando pelo oceano e por alguma razão eles pegam uma corrente e se perdem. É bem parecido com o que acontece com os pinguins, que também chegam aqui desgarrados. É assim: eles vão dispersando pelo [oceano] Atlântico, muito longe das colônias reprodutivas, e chegam aqui bem cansados e debilitados. O que querem é dar uma descansada", disse o especialista em mamíferos marinhos.
Na última semana de agosto, um pinguim foi flagrado à beira do mar da praia do Arpoador, na Zona Sul, próximo ao local onde ficam os surfistas. Na ocasião, a ave apareceu nadando em direção à areia, saiu da água, se levantou e retornou ao mar.
De acordo com Salvatore, tudo indica que o 'visitante' da praia do Pontal é um macho adulto. Além das características físicas, como o topete na cabeça, os mamíferos que se perdem geralmente são os machos. Isso porque eles tendem a se deslocarem e se afastarem mais de seus grupos.
Durante sua 'estadia', o animal foi acompanhado por biólogos e veterinários do GEMM-Lagos e pelo instituto BW, responsáveis pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Bacia de Campos, que engloba o litoral de Arraial do Cabo até São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense.
Salvatore reforçou, ainda, que o mamífero estava saudável e precisava apenas descansar. Para que ele tivesse sossego, a área onde ele ficou foi isolada. O lobo-marinho passou o dia na praia e somente no domingo (8), após se recuperar, retornou ao mar.
Apesar de voltar ao oceano, Salvatore afirma que não é possível saber se ele vai conseguir reencontrar o grupo e chegar ao seu habitat natural. De acordo com o biólogo, esta é uma lacuna que ainda precisa ser melhor estudada.
"Primeiro ele teria que ser marcado e acompanhado para comprovar. Até existem rastreadores, mas eles não duram tanto. Até tem casos de animais que são resgatados e levados de volta ao habitat natural. Mas essa taxa de sucesso não temos como saber exatamente."
O biólogo caracterizou o animal como um visitante ocasional do litoral fluminense, porque apesar de não ser o habitat natural dessa espécie, é comum que eles apareçam na costa do Rio, especialmente no inverno. No entanto, Salvatore reforçou que esse fenômeno não tem a ver com a temperatura da água, mas sim com as correntes marítimas, especialmente a das Malvinas.
Esta espécie do lobo-marinho vive em colônias nas ilhas subantárticas, localizadas ao redor da Antártida, que se encontram ao sul do Círculo Polar. No Brasil, eles costumam aparecer com frequência no Rio Grande do Sul.
*Reportagem do estagiário João Pedro Bellizzi, sob supervisão de Marcela Ribeiro
Leia mais