Rio tem previsão de chuva após dias com queimadas e impactos em reservatóriosRenan Areias/Agência O Dia
Publicado 17/09/2024 16:35 | Atualizado 17/09/2024 16:41
Rio - A passagem de uma frente fria voltou a trazer chuva para o Rio no início desta semana, após um período de tempo seco e quente. Nesta segunda (16) e terça-feira (17), choveu entre 5mm e 10mm, principalmente na faixa Leste, Litoral e nas regiões de Serra do estado, segundo meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Publicidade
Na madrugada desta terça-feira, houve registro de chuvisco e chuva fraca isolada em diversos pontos da capital fluminense. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a máxima prevista para hoje é de 23ºC e a mínima de 17ºC, com ventos fracos a moderados com rajadas. A umidade máxima está em 100% e a mínima em 70%. Ainda é esperada chuva para esta quarta-feira (18) e novamente no sábado (21). 
A expectativa é de que a mudança no tempo ajude a minimizar os impactos das queimadas que afetaram o estado nos últimos dias. De acordo com o coordenador-geral de Operação e Modelagem do Cemaden, o meteorologista Marcelo Seluchi, apesar do baixo volume, a chuva registrada já causa melhorias na qualidade do ar, além combater focos de incêndio.
"São volumes pequenos, mas que causam sim um alívio na situação. Primeiro porque como a chuva foi relativamente generalizada, ajuda a apagar focos de incêndio e também a melhorar a qualidade do ar, tanto pela chuva, que varre as partículas de fumaça para o chão, quanto pela mudança na direção do vento, que agora está soprando do mar para o continente, então está trazendo ar mais puro, mais limpo. Depois de vários dias, estamos em uma situação de ar bem mais limpo", explicou o meteorologista.
Entre a última quinta-feira (12), quando foi criado um Gabinete de Gestão de Crise, e a manhã desta terça-feira, o Corpo de Bombeiros já extinguiu mais de 1.389 incêndios florestais em todo o Rio. Hoje, ainda há três focos ativos sendo combatidos. O coordenador-geral alertou que a curto prazo, a chuva deve ajudar a melhorar a atual situação, mas não será suficiente para combater queimadas provocadas pela ação humana. A Polícia Civil já identificou mais de 20 pessoas envolvidas em uma série de incêndios criminosos em parques estaduais.
"No curto prazo, a situação deve melhorar, mas, nós temos que lembrar que os incêndios são provocados, na maioria das vezes, pela atividade humana, não são incêndios naturais. Então, se alguém bota fogo, esse fogo vai se propagar, porque é uma chuva muito pequena, que no momento apaga incêndio, mas não muda radicalmente a situação. O solo continua muito seco, a vegetação continua muito seca, depois de tantos meses de chuva muito escassa. Então, não é uma chuvinha agora e, eventualmente no sábado, que vai resolver as coisas definitivamente", disse o especialista, que ainda esclareceu que melhorias definitivas só devem começar a ocorrer a partir de outubro.
"A solução definitiva vai ser quando começa a estação chuvosa para valer. Ainda não está muito claro quando isso vai acontecer, nós temos uma previsão de pouca chuva nas últimas semanas de setembro. Em princípio, nós poderíamos ter uma situação de mais chuva, mais volumosa e com maior frequência, na primeira quinzena de outubro. Não sabemos ainda se será em definitivo o início da estação chuvosa. Provavelmente não será, mas se a chuva começa a ocorrer com maior volume e frequência, certamente a condição vai tender a melhorar".
O período sem chover também afeta os reservatórios do Rio. Nos últimos dias, o sistema Imunana-Laranjal chegou a reduzir a capacidade de operação em 10%. Segundo a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), neste momento, o sistema opera com 95% da capacidade e o aumento da vazão foi possível após as chuvas registradas nas últimas horas desta terça-feira. O sistema Acari e as regiões de Mangaratiba, na Costa Verde, e Macaé, no Norte Fluminense, também sofrem com as estiagem, assim como Guapimirim, na Baixada Fluminense, que decretou estado de emergência. 
Para Marcelo Seluchi, os volumes dos reservatórios não estão numa situação preocupante, mas a vazão afluente - água que entra - está muito baixa e ainda deve levar tempo para que a situação seja revertida. "A crise hídrica é mais difícil (de combater), porque nós estamos num momento final de estação seca, em que os rios estão no seu nível mais baixo e as primeiras precipitações não representam uma mudança pelo menos importante na altura dos rios", disse. 
O meteorologista também afirmou que o nível dos rios só deve voltar a subir significativamente a partir de novembro. "Mesmo sendo localmente fortes, essas primeiras chuvas servem basicamente para melhorar a condição da umidade do solo e não se traduzem em nível de rio. Só depois de várias semanas de volume considerável, isso começa a ocorrer a partir do mês de novembro, quando a estação chuvosa estiver plenamente estabelecida, que aí lentamente a cota dos rios começa melhorar".
Previsão do tempo
De acordo com Inmet, os períodos da manhã e tarde desta quarta-feira serão de céu com muitas nuvens e pancadas de chuva isoladas. Durante a noite, ainda pode chover de forma isolada. O dia será de ventos fracos, com máxima prevista de 28ºC e mínima de 17ºC. A umidade máxima pode chegar aos 90% e a mínima 50%. 
Já os próximos dias não têm previsão de chuva e a umidade terá máxima de 90% e mínima de 30%. A quinta-feira (19) será de céu claro e ventos fracos. Os termômetros podem registrar máxima de 30ºC e mínima de 16ºC. Na sexta-feira (19), a temperatura sobe mais, podendo ter máxima de 33ºC e mínima de 17ºC. O dia será de céu com muitas nuvens e ventos fracos. 
No sábado (21), volta a chover no Rio, com possibilidade de chuva isolada ao longo do dia. O tempo continua quente e os termômetros podem marcar 35ºC, com mínima de 18ºC. O céu será de muitas nuvens e vento pode ficar fraco a moderado com rajadas. A umidade máxima pode atingir os 100% e a mínima 60%. 
Leia mais