Colegio Estadual Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado, homenageará Silvio SantosArquivo / Agência O Dia
Publicado 01/10/2024 22:05 | Atualizado 02/10/2024 08:04
Rio - Silvio Santos, um dos maiores ícones da TV brasileira, que morreu em agosto aos 93 anos em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por H1N1, ganhou uma homenagem na escola em que estudou na adolescência. Localizado no Largo do Machado, na Zona Sul, o tradicional Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, construído há mais de 100 anos, foi rebatizado com o nome de Senor Abravanel. A mudança foi publicada no Diário Oficial do Estado, nesta segunda-feira (30).
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Silvio Santos é considerado o maior comunicador da história da televisão brasileira - Divulgação
Silvio Santos é considerado o maior comunicador da história da televisão brasileiraDivulgação
Silvio estudou o Ensino Fundamental na antiga Escola Primária Celestino da Silva, hoje Escola Municipal Celestino da Silva, que fica na Rua do Lavradio, no Centro. Ao fim do ciclo, foi matriculado na Escola Técnica de Comércio Amaro Cavalcanti, hoje o Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, onde se formou em Contabilidade. 
Trajetória
Nascido em 1930, ele teve uma infância marcada pelas dificuldades. Filho de imigrantes judeus, cresceu em uma família modesta com cinco irmãos no Centro do Rio. Desde cedo, demonstrou seu espírito empreendedor, mesmo quando ainda era apenas um garoto que frequentava cinemas de graça com seu irmão Léo.
Em 1946, com apenas 16 anos, Silvio Santos encontrou sua primeira oportunidade de negócios. Durante as eleições daquele ano, ele teve a ideia de vender capas de plástico para títulos de eleitor nas ruas. A tática que adotou para convencer os compradores — dizer que era sua última capa — revelou sua habilidade natural para as vendas. Essa experiência foi crucial para o jovem, que trabalhou como camelô.
Apesar de enfrentar a fiscalização nas ruas, sua desenvoltura e talento para a comunicação chamaram a atenção, levando-o a um concurso de locutores na Rádio Guanabara. Competindo com nomes que viriam a se tornar ícones da comunicação, como Chico Anysio, Silvio saiu vitorioso, marcando o início de sua carreira artística.
A televisão e o sucesso empresarial
O primeiro programa de televisão de Silvio Santos foi ao ar em 1961, com "Vamos Brincar de Forca", exibido pela TV Paulista. A partir daí, ele comprou horas na programação dominical e lançou o icônico "Programa Silvio Santos". Seu sucesso foi consolidado ao longo dos anos, com programas que marcaram época, como "Qual é a Música?", "Porta da Esperança" e "Show do Milhão".
Além do sucesso na TV, Silvio construiu um império empresarial. Em 1959, ele assumiu o Baú da Felicidade, transformando a empresa em um negócio rentável. Em 1981, fundou o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), uma das maiores redes de televisão do país.
Ao longo de sua vida, se tornou um dos empresários mais influentes do Brasil, com uma fortuna avaliada em R$ 1,7 bilhão em 2021. Casado duas vezes, é pai de seis filhas, algumas das quais também seguiram carreira na televisão.
O primeiro casamento de Silvio Santos foi com Maria Aparecida Vieira Abravanel, a Cidinha, em 15 de março de 1962. Ela nasceu em São Paulo, em 1938. Eles se conheceram na Rádio Nacional. Da relação nasceram as duas filhas mais velhas, Cintia e Silvia. Com um câncer no aparelho digestivo, ela faleceu aos 38 anos, em 1977.
O segundo casamento ocorreu em 20 de fevereiro de 1981, com Iris Pássaro Abravanel. Iris trabalhava no Baú da Felicidade. Eles tiveram quatro filhas: Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata.
Quem foi Amaro Cavalcanti?
Amaro Bezerra Cavalcanti, escritor, industrial, professor e advogado, nasceu em 15 de agosto de 1849 na cidade de Caicó, no Rio Grande do Norte. Autodidata, aprendeu as primeiras letras e o latim com seu pai, Amaro Soares Cavalcanti. Após se tornar inspetor geral da Instrução Pública, foi designado pelo Presidente da Província para ir aos Estados Unidos para estudar o sistema e a organização do ensino público e lá, se graduou Direito pela Escola de Direito da Union University.
Ele também ocupou o cargo de vice-governador do Rio Grande do Norte (1889) e senador pelo Estado (1891). Ainda no RN, foi eleito deputado federal, em 1917, mas não chegou a tomar posse. Amaro foi ministro de Justiça (1897-1898), sendo o primeiro potiguar a ocupar o cargo no governo republicano.
Já no Rio, na época capital do Brasil, foi prefeito em 1911, criando a escola Normal Profissional Wenceslau Braz e realizando inúmeras obras nas finanças e no ensino, além de ter sido homenageado com o nome da escola no Largo do Machado.
Amaro também foi Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nomeado em 11 de maio de 1906 pelo presidente Rodrigues Alves. Quando ministro, ao lado de Alberto Torres, deferiu Habeas Corpus em favor de Dom Luís, filho da Princesa Isabel, que pretendia desembarcar no Brasil, mas havia proibição decorrente do decreto de banimento da família imperial, ocorrido com a proclamação da República. No entanto, na época, o STF negou o pedido por maioria.
O advogado morreu aos 72 anos em sua casa, em Botafogo, na Zona Sul, em 28 de janeiro de 1922.
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