Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos em março de 2019 Fotos: divulgação / polícia civil
Publicado 10/10/2024 21:02
Rio - O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o júri popular dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018.
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O julgamento, que já havia sido marcado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, está agendado para o dia 30 de outubro, às 9h, e será conduzido pelo juiz Gustavo Kalil, titular do 4º Tribunal do Júri. O magistrado também definiu que comparecerão no plenário apenas os participantes do júri. A ideia é evitar aglomeração e tumulto no local.
A data havia sido marcada no dia 12 do mês passado, durante reunião no Fórum Central do Rio. O encontro contou com a presença do juizado, Ministério Público, assistentes de defesa e acusação dos réus. Durante a reunião, ficou decidido ainda que os depoimentos previstos do delegado Giniton Lages e do policial civil Marco Antônio Barros Pintos não serão colhidos durante o dia de julgamento.
A defesa de Lessa, que terá 10 dias para apresentar as provas orais, conseguiu aprovação para que o ex-PM faça uma entrevista no dia anterior ao julgamento, com o objetivo de acelerar o início da sessão. O executor está preso atualmente no presídio de segurança máxima de Tremembé, no interior de São Paulo.
Relembre o caso
Preso desde 2019, o ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, citou o nome do deputado federal Chiquinho Brazão (União) e do irmão, Domingos Brazão, em sua delação premiada, homologada nesta terça-feira (19) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma das principais linhas de investigação sobre o caso está relacionada a uma disputa por terrenos na Zona Oeste. Em depoimento, Lessa teria informado que Marielle virou alvo depois de defender a ocupação de terrenos por pessoas de baixa renda e que o processo fosse acompanhado por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio.
De acordo com as investigações, o mandante do crime que deu fim a vida de Marielle e Anderson estaria buscando a regularização de um condomínio em Jacarepaguá sem considerar o critério de área de interesse social. O objetivo seria transformar a propriedade em especulação imobiliária.
 
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