Publicado 31/10/2024 19:48 | Atualizado 31/10/2024 19:59
Rio - A 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou, na manhã desta quinta-feira (31), que o policial militar Carlos Eduardo Gomes dos Reis será submetido a júri popular por homicídio triplamente qualificado. Ele está preso por matar com um tiro à queima-roupa o jovem Jefferson de Araújo Costa, de 22 anos, no dia 8 de fevereiro deste ano, durante uma manifestação no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio.
PublicidadeNa decisão, a juíza Tula Correa de Mello decidiu por manter a prisão preventiva do cabo da PM. "O fato imputado ao réu possui natureza de extrema gravidade, assim como as condições em que se deram, conforme se depreende dos depoimentos analisados e das provas colhidas durante a instrução criminal. Assim, as circunstâncias indicam a necessidade da manutenção da prisão preventiva do acusado, para a garantia da ordem pública, a fim de impedir que novos crimes sejam praticados", destacou a magistrada.
Em junho, o TJ realizou a primeira etapa do julgamento, quando foram ouvidos parentes e vizinhos de Jefferson, alguns deles que participavam do ato contra a operação policial. A audiência foi marcada após a Justiça aceitar denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) contra o cabo Carlos Eduardo.
Apreciada pelo TJRJ, a denúncia do MPRJ do dia 27 de fevereiro concluía que o cabo da PM assumiu o risco de matar Jefferson ao golpeá-lo usando a o fuzil 762 que portava "com o dedo no gatilho". No conteúdo, a promotoria também apontou o motivo para o crime como fútil.
Relembre o caso
Jefferson morreu depois de ser baleado na barriga durante um protesto às margens da Avenida Brasil, no Complexo da Maré, contra operação realizada na região. O disparo que resultou na sua morte foi flagrado em vídeos que mostram a abordagem do PM. No registro, o policial usa o fuzil para bater no jovem. Logo em seguida escuta-se o disparo. A gravação mostra a vítima sangrando e desmaiando na calçada.
De acordo com a PM, agentes do 22º BPM (Maré) foram acionados para intervir em uma manifestação que ameaçava fechar a Avenida Brasil. A corporação informou que, durante a ação, o fuzil de um dos policiais disparou e acabou atingindo um manifestante.
Jefferson foi socorrido e encaminhado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte, mas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), já chegou sem vida na unidade. Outras duas pessoas foram baleadas na ocorrência, tiveram ferimentos e foram levadas para unidades de saúde da região.
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