Publicado 19/11/2024 10:55
Rio - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu mais ambição da comunidade internacional para enfrentar as mudanças climáticas no discurso de abertura da terceira sessão da Cúpula do G20. Os líderes discutem desenvolvimento sustentável e transição energética nesta terça-feira (19), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio).
PublicidadeLula citou o secretário-geral da ONU, António Guterres, e clamou pelo engajamento do G20 na Mobilização Global Conjunta Brasil-ONU para elevar o nível de ambição da próxima rodada de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). "Mesmo que não caminhemos na mesma velocidade, todos podemos dar um passo a mais", argumentou o presidente brasileiro.
As NDCs são compromissos feitos por cada país para a redução de emissões dos gases de efeito estufa.
Ao presidir a cúpula, Lula recomendou que as novas NDCs estejam alinhadas à meta de limitar o aumento da temperatura global a um grau e meio. "Nossa bússola continua sendo o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Esse é um imperativo da justiça climática", disse.
Aos membros desenvolvidos do G20, o presidente brasileiro propôs que antecipem as metas de neutralidade climática de 2050 para 2040 ou até 2045. "Sem assumir suas responsabilidades históricas, as nações ricas não terão credibilidade para exigir ambição dos demais", discursou.
Aos países em desenvolvimento, Lula fez um chamado para que suas NDCs cubram toda a economia e todos os gases de efeito estufa. "É essencial que considerem adotar metas absolutas de redução de emissões", disse.
O presidente Lula convidou, ainda, a comunidade internacional para fazer de Belém a "COP da Virada" e a criar um Conselho de Mudança do Clima na ONU.
Aos países em desenvolvimento, Lula fez um chamado para que suas NDCs cubram toda a economia e todos os gases de efeito estufa. "É essencial que considerem adotar metas absolutas de redução de emissões", disse.
O presidente Lula convidou, ainda, a comunidade internacional para fazer de Belém a "COP da Virada" e a criar um Conselho de Mudança do Clima na ONU.
O Brasil assumiu a meta para 2035 de reduzir emissões de 59 a 67%, comparado a 2005. "Já temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com 90% de eletricidade proveniente de fontes renováveis", lembrou Lula.
No discurso, anfitrião do G20 prometeu acabar com o desmatamento até 2030. "A maior parte da redução das nossas emissões virá da queda no desmatamento, que diminuiu 45% nos últimos dois anos. Não transigiremos com os ilícitos ambientais. O desmatamento será erradicado até 2030", afirmou.
No discurso, anfitrião do G20 prometeu acabar com o desmatamento até 2030. "A maior parte da redução das nossas emissões virá da queda no desmatamento, que diminuiu 45% nos últimos dois anos. Não transigiremos com os ilícitos ambientais. O desmatamento será erradicado até 2030", afirmou.
A sessão de encerramento será 12h30 seguida da cerimônia de transmissão da presidência do G20 do Brasil para a África do Sul. ÀS 13h10, o presidente Lula oferece um almoço ao presidente americano Joe Biden. Após os eventos formais, o anfitrião do G20 estará presente em uma coletiva de imprensa aos jornalistas, brasileiros e estrangeiros, que se concentram no Centro Internacional de Mídia, no Vivo Rio.
Na conferência, será lançada a Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças do Clima. O objetivo, em parceria com as Nações Unidas e a UNESCO, é fortalecer pesquisas e medidas para combater a desinformação que contribui para o atraso e a inviabilização de ações climáticas.
Para a tarde, estão previstas ainda reuniões bilaterais do Brasil com o Japão, às 15h30 e com Reino Unido e Irlanda do Norte às 16h20.
A presidência da República vai anunciar resultados da rodad de investimento pelo presidente Lula e pelo diretor-geral das Organizações Mundiais de Saúde ( OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, às 17h30. O retorno do presidente Lula para Brasília está previsto para o início da noite,às18h15.
No primeiro compromisso do dia, o presidente brasileiro teve uma reunião bilateral com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Lula o parabenizou pela organização do G20 no ano passado, destacando que o Brasil utilizou aprendizados da experiência indiana para organizar a Cúpula no Rio.
Durante a conversa, o anfitrião expressou o desejo de visitar a Índia em 2025, acompanhado de uma comitiva governamental, científica e empresarial, com o objetivo de fortalecer parcerias em áreas como energia, fármacos, intercâmbio universitário e transferência de tecnologia.
Durante a conversa, o anfitrião expressou o desejo de visitar a Índia em 2025, acompanhado de uma comitiva governamental, científica e empresarial, com o objetivo de fortalecer parcerias em áreas como energia, fármacos, intercâmbio universitário e transferência de tecnologia.
Modi, por sua vez, elogiou a presidência brasileira do G20 e manifestou entusiasmo em receber Lula e sua delegação, além de planejar uma visita ao Brasil no mesmo ano. Os dois líderes também discutiram cooperação em biocombustíveis, defesa e aeroespacial, com ampla participação de ministros brasileiros no encontro.
No primeiro encontro dos líderes, nesta segunda-feira (18), o presidente Lula lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O pacto reúne um amplo apoio internacional, com a adesão de 81 países, 26 organizações internacionais, 9 instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não governamentais.
Mudanças Climáticas
Os líderes do G20 reforçam a necessidade urgente de uma ação global coordenada para enfrentar as mudanças climáticas. Eles reafirmaram compromissos com o Acordo de Paris e as metas de neutralidade de carbono, destacando a importância de aumentar o financiamento verde, tanto público quanto privado, com foco especial nos países em desenvolvimento. Além disso, defenderam que a reforma da arquitetura financeira internacional pode impulsionar ações climáticas de forma mais eficaz.
Na pauta de transições energéticas, o G20 enfatizou a necessidade de ampliar os investimentos para apoiar países em desenvolvimento e reafirmou o compromisso de eliminar gradualmente subsídios ineficientes a combustíveis fósseis. Os líderes também destacaram a importância de acelerar transições energéticas que sejam justas, limpas e sustentáveis.
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