Publicado 09/12/2024 17:38
Rio - Alessa Brasil Vitorino, de 30 anos, morreu vítima de bala perdida na Vila do João, no Complexo da Maré, na tarde desta segunda-feira (6). A amiga da mulher, Evellyn Tainá Aguiar, 20, também foi baleada e levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar com um tiro na perna. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, em entrevista coletiva para falar sobre a nova fase da Operação Torniquete, realizada na comunidade durante a manhã.
PublicidadeEm uma imagem que circula nas redes sociais é possível ver uma mulher baleada sendo carregada na garupa de uma moto. Alessa levava uma amiga para a comunidade no momento em que foi atingida nas costas. Nas redes sociais, o irmão da vítima lamentou a perda. "Estou tentando escrever algo que consiga expressar os meus sentimentos, mas nenhuma palavra nesse mundo será capaz de demonstrar isso".
Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) podem ter disparado contra a população como forma de tirar o foco da operação realizada no Complexo da Maré. Ainda segundo ele, esse seria o modus operandi adotado pelo grupo criminoso, o mesmo realizado no Complexo de Israel, em outubro deste ano.
"A investigação da Delegacia de Homicídios vai seguir. Tudo leva a crer que foi para atirar contra a população e desviar a atenção da polícia. É a nossa principal linha de investigação, mas nenhuma hipótese está descartada", disse em coletiva.
A segunda fase da Operação Torniquete terminou com três mortos e 13 presos. Entre os presos está o traficante Luiz Mário dos Santos Júnior, o Mário Macaco, apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho (CV).
Ao todo, 68 veículos foram recuperados, seis fuzis apreendidos, além de duas pistolas, duas granadas e mais de 150 kg de drogas. Também foram apreendidos celulares e outros dispositivos eletrônicos. Os policiais localizaram dois pontos de clonagem, com diversos carros de luxo, e um ferro-velho clandestino, com materiais metálicos furtados e roubados de concessionárias.
"O resultado da operação de hoje na Maré demonstra um intenso trabalho integrado entre as forças policiais. Atuamos com inteligência e precisão e estamos focados no enfraquecimento dessas organizações criminosas que vêm impondo medo à população", disse o secretário de Segurança Pública.
"O resultado da operação de hoje na Maré demonstra um intenso trabalho integrado entre as forças policiais. Atuamos com inteligência e precisão e estamos focados no enfraquecimento dessas organizações criminosas que vêm impondo medo à população", disse o secretário de Segurança Pública.
"Combatemos facções criminosas que são responsáveis por 80% dos roubos de veículos e por 90% dos roubos de cargas. O veículo roubado é fonte de receita. A carga roubada tem liquidez imediata. Nós atuamos contra as lideranças, mas muito mais para atacar as finanças dessas organizações", destacou o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi.
Durante a operação na Maré, a Polícia Militar atuou com as forças especiais e o suporte do Núcleo de Apoio às Operações. Foram retiradas mais de duas toneladas de barricadas. "As operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro são de alta complexidade, com implicações em diferentes esferas. Um dos grandes obstáculos que as equipes policiais encontram hoje são as barricadas, que impedem o morador de ter o seu direito básico de locomoção. Mas nada irá nos impedir de atuar nessas regiões. Reafirmamos nosso compromisso com a segurança pública e iremos coibir todos os atos criminosos em nosso estado", explicou o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes.
Roubos de cargas e veículos financiam facção
A ação pretendia cumprir mandados de prisão contra investigados de integrarem o Comando Vermelho (CV). As Delegacias de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) descobriram que traficantes, liderados por Rodrigo da Silva Caetano, o Motoboy, e Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga, são responsáveis por, entre outros crimes, arquitetar e gerenciar quadrilha de roubos de veículos e cargas para financiar a "caixinha" do CV, para compra de armamento, munição e o pagamento de uma "mesada" aos parentes de presos faccionados, bem como das lideranças da facção.
As investigações apontam que, após receberem determinação da liderança do Complexo da Penha, também na Zona Norte, principalmente do traficante Edgar Alves Andrade, o Doca, traficantes da Maré montam o apoio logístico para a quadrilha praticar os crimes em diversos bairros do Rio e Região Metropolitana. A ação é baseada em dados de investigação e de inteligência das especializadas e de outras unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), analisados junto com informações do Instituto de Segurança Pública (ISP) e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (SSINTE).
As investigações revelaram ainda que, no interior das comunidades, há atividades criminosas relacionadas aos roubos de veículos e cargas, como o armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores; clonagem de veículos para revenda ou troca por armas e drogas; desmanche de veículos para revenda de peças; uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e prática de outros crimes; e cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via PIX.
As investigações apontam que, após receberem determinação da liderança do Complexo da Penha, também na Zona Norte, principalmente do traficante Edgar Alves Andrade, o Doca, traficantes da Maré montam o apoio logístico para a quadrilha praticar os crimes em diversos bairros do Rio e Região Metropolitana. A ação é baseada em dados de investigação e de inteligência das especializadas e de outras unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), analisados junto com informações do Instituto de Segurança Pública (ISP) e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (SSINTE).
As investigações revelaram ainda que, no interior das comunidades, há atividades criminosas relacionadas aos roubos de veículos e cargas, como o armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores; clonagem de veículos para revenda ou troca por armas e drogas; desmanche de veículos para revenda de peças; uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e prática de outros crimes; e cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via PIX.
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