Criminosos foram flagrados por drones após invasão na FiocruzReprodução
Publicado 08/01/2025 17:51
Rio - Um drone flagrou a movimentação de criminosos andando próximo à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, na Zona Norte, nesta quarta-feira (8). O grupo estaria deixando o espaço após fugirem de policiais civis, que realizaram uma operação na região. Houve registro de tiroteio e três homens morreram. Dois funcionários foram presos.
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Veja o vídeo:
A Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), a 21ª DP (Bonsucesso) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizaram uma ação na comunidade contra roubos e receptação de cargas, em mais uma etapa da Operação Torniquete. O objetivo foi enfraquecer o Comando Vermelho (CV) que controla a região, já que o dinheiro desses crimes financiam as atividades das organizações, disputas territoriais e garantem pagamentos a familiares de faccionados, detidos ou em liberdade.
 
De acordo com a Polícia Civil, ao chegarem na região, os agentes foram atacados a tiros e houve confronto. Relatos apontam que os disparos aconteceram nas favelas do Mandela 1, 2, Varginha e na Rua Leopoldo Bulhões. Os bandidos também incendiaram barricadas para atrapalhar as equipes.
A corporação informou que um dos gerentes do tráfico da comunidade do Mandela morreu e outros três suspeitos foram baleados, sendo que dois deles afundaram no Canal do Cunha e o terceiro foi socorrido e encaminhado a um hospital da região. O Corpo de Bombeiros encontrou os corpos dos dois criminosos que submergiram na água. Além destes, um homem foi detido em cumprimento a um mandado de prisão.
Entre as apreensões da operação estão dois fuzis, duas pistolas, 4.730 unidades de lança-perfume, nove galões com lança-perfume, 2.650 pinos de cocaína, 390 pedras de crack, 110 papelotes de maconha, 31 tabletes de maconha e 40 papelotes de skunk.
Funcionário preso
Durante a ação, criminosos fugiram em direção à Fiocruz. Segundo a Fundação, um tiro atingiu o vidro da sala de Automação de Bio-Manguinhos - fábrica de vacinas - e uma trabalhadora recebeu atendimento médico, pois foi ferida por estilhaços. A Fiocruz disse ainda que os policiais entraram sem autorização e descaracterizados no campus, para o que seria uma incursão na comunidade da Varginha.
A Polícia Civil garante que foram os bandidos que realizaram os disparos que atingiram um dos prédios da fundação. Na ação, dois funcionários terceirizados que prestam serviço para a Fundação foram presos em flagrante porque teriam colaborado com a fuga de criminosos. Eles foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacaré, na Zona Norte, para prestar depoimento.
A corporação destacou que instaurou um inquérito para apurar se houve colaboração espontânea com os criminosos, uma vez que imagens mostraram um veículo a serviço da instituição auxiliando na fuga dos bandidos. 
"Quem coloca em risco a população são os criminosos. Temos imagens de traficantes dentro da Fiocruz, então foi necessário que nossos agentes entrassem na instituição para evitar que houvesse um dano maior lá. São criminosos que roubam, agridem, assolam a população. Essa é mais uma resposta firme da Polícia Civil no combate a essa organização", afirmou o diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada, o delegado André Neves.
Já a Fiocruz informou que um supervisor da empresa que presta serviços para a Gestão de Vigilância e Segurança Patrimonial foi levado pelos policiais "de forma arbitrária para a delegacia, algemado", quando fazia a desocupação e interdição da área, como medida de segurança para os trabalhadores, alunos e demais frequentadores.

"Toda a ação da Polícia Civil ocorre de forma arbitrária, sem autorização ou comunicação com a instituição, colocando trabalhadores e alunos da Fiocruz em risco", disse em nota.
Aumento no roubo de cargas
Investigações recentes da DRFC apontam um aumento significativo nos transbordos de cargas roubadas na região de Manguinhos, especialmente no último quadrimestre de 2024. Esse crescimento foi constatado após diversas operações realizadas no Complexo da Maré, também na Zona Norte, que forçaram os criminosos a migrarem suas atividades para outras áreas.
Segundo a Polícia Civil, a proximidade de Manguinhos com a Avenida Brasil, importante via de escoamento onde ocorre parte dos roubos, facilita a ação dos criminosos.

Conforme apurado pelas equipes da DRFC e da 21ª DP, criminosos realizam um sofisticado processamento das cargas roubadas dentro do complexo, o que envolve a classificação, separação e redistribuição das mercadorias, que são posteriormente comercializadas tanto nas comunidades quanto em outras regiões da cidade.
"Há indícios claros de que parte dessas cargas são subtraídas sob encomenda, atendendo a demandas específicas de empresários ligados a diferentes setores do comércio ilícito", disse a corporação.
 
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