Flores e mensagens homenagearam vítimas de incêndio do Ninho do Urubu em 2019Severino Silva/Arquivo O DIA
Publicado 10/11/2025 18:59
Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) recorreu da decisão que absolveu os sete réus do incêndio que matou 10 adolescentes atletas do Flamengo e deixou três feridos, no alojamento do Ninho do Urubu, em Vargem Grande, Zona Sudoeste, em 2019.
Publicidade
No recurso encaminhado ao Juízo da 36ª Vara Criminal, o órgão pede pela condenação de Antonio Marcio Mongelli Garotti, Cláudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Edson Colman da Silva, Fábio Hilário da Silva, Marcelo Maia de Sá e Weslley Gimenes pelo crime de incêndio culposo qualificado.

Segundo os promotores de Justiça, a tragédia foi resultado de uma série de negligências e omissões por parte de dirigentes, engenheiros e responsáveis técnicos, que tinham o dever de garantir condições seguras de alojamento, o que caracteriza culpa consciente. De acordo com o MPRJ, a ausência de alvará, as diversas notificações do Ministério Público e as autuações da prefeitura indicavam que a instalação era clandestina, ilegal e perigosa.

O Ministério Público sustenta ainda que os responsáveis pelo CT Ninho do Urubu tinham o dever de fornecer alojamentos adequados e regularizados, com material antichamas, saídas de emergência adequadas, manutenção correta dos aparelhos de ar-condicionado e número suficiente de monitores para garantir a segurança e integridade dos adolescentes.

No documento encaminhado ao TJRJ, o órgão também aponta a existência de incongruências e contradições que constam na sentença e indica os motivos pelos quais a decisão deve ser reformada.
O recurso foi assinado por promotores do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (Gaedest/MPRJ), do Grupo de Atuação Especializada de Defesa da Integridade e Repressão à Sonegação Fiscal (Gaesf/MPRJ) e da Promotoria de Justiça junto à 36ª Vara Criminal da Capital.
Leia mais