Além da trajetória com o time masculino, o Karanba também formou a sua equipe de futebol feminino fotos Divulgação
Por Irma Lasmar
Publicado 05/03/2021 09:00 | Atualizado 09/03/2021 13:42
SÃO GONÇALO - O mês da mulher é o ano todo no instituto social Karanba, onde Cinderela usa chuteira no lugar do sapato de cristal e é motivada pelo empoderamento em vez da busca pelo príncipe encantado. O nome da princesa, aliás, é o mesmo do time de futebol feminino do projeto, que há 15 anos usa o esporte e a educação como ferramentas de redução das desigualdades sociais. No apoio às participantes, estão lideranças femininas ainda mais fortes: no time fora de campo estão, entre outras profissionais de ponta, as professoras, a socióloga, a assistente social, a administradora e a assessora de imprensa. Além do futebol, há aulas de reforço escolar e cursos profissionalizantes, além do encaminhamento para o mercado de trabalho.
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"Neste dia 8 de março, em que se dá mais visibilidade às questões ligadas ao papel feminino na construção da sociedade, o Karanba reforça a importância do protagonismo das mulheres dentro e fora de campo. A nossa intenção é empoderá-las para que se sintam capazes de ocupar todos os lugares", afirma Marilda Reciolino, socióloga do projeto. "Essas experiências revelam a importância da nossa iniciativa: dentro da comunidade em que atuamos, somos um dos poucos espaços de acolhimento e oferta de oportunidades. É fundamental destacar esse nosso papel social para além do esporte na promoção de uma sociedade mais justa para as mulheres".
Além da trajetória com o time masculino, o Karanba tem história com o futebol feminino: o time viajou para Oslo, na Noruega, em 2018, num jogo preliminar do amistoso entre as seleções brasileira e norueguesa, e já faturou o título da Norway Cup, o maior torneio daquele país. Desde 2020, o projeto é patrocinado pelo banco Itaú através da Lei Federal de Incentivo ao Esporte
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O Karanba foi fundado no Rio de Janeiro em 2006 pelo ex- jogador de futebol profissional Tommy Nilsen com o objetivo de mudar vidas. Ele recebeu inúmeros prêmios pelo projeto, incluindo a medalha Orgulho do Rio, do jornal O DIA, em 2011. O nome do instituto deriva da palavra “caramba”, com a qual o fundador descreve como se sentiu ao ver pela primeira vez a enorme desigualdade social e econômica no Brasil. A sede fica no bairro gonçalense de Vista Alegre, uma das áreas mais pobres do Brasil a cerca de 50 minutos da capital fluminense.
"Nossa filosofia é usar a combinação de futebol, educação e disciplina para tornar esperanças e sonhos reais, mudando vidas. Usando o futebol como instrumento, o Karanba ajuda muitas crianças e jovens carentes, vindos de comunidades, a atingir desenvolvimento pessoal e educação, dando a eles os recursos para que eles se expressem. Nos concentramos na preparação de nossos participantes para a vida adulta através do aumento de esforços diários para a construção de pessoas íntegras para o futuro. O projeto reúne e engaja pessoas com uma vida cotidiana difícil, fortemente afetada pela presença do crime e do tráfico de drogas", explica Tommy.
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Para conhecer ou apoiar a iniciativa, acesse karanba.com

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