Henry Borel morreu aos 4 anos de idade. Padrasto e mãe do menino foram acusados e estão presos por homicídioReprodução internet
Por O Dia
Publicado 26/04/2021 19:16 | Atualizado 26/04/2021 21:44
O país se chocou com o caso de Henry Borel, criança de 4 anos que morreu no último 8 de março, no Rio de Janeiro. Os laudos da necropsia de Henry informam que a causa da morte foi hemorragia interna e laceração no fígado causada por uma ação violenta. A principal linha de investigação aponta seu padrasto, o vereador Jairinho, e a mãe da criança, Monique Medeiros, como responsáveis pelo crime.

Esse caso é emblemático, mas se soma a milhares de outros registros no Brasil por violência infantil, tema desta semana do poscast Tá na Rede Especial, do jornal O Dia. Para esta conversa convidamos a psicóloga Cecília Cherques, formada pela UFRJ com especialização em infância e adolescência; e a advogada Bárbara Heliodora, especialista em Direito da Família e presidente da comissão de Alienação Parental da OAB.
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O engenheiro Leniel Borel, pai da vítima, já alertava para sinais que percebia no filho quando ele não queria voltar para a casa mãe, tanto que ele chegava a vomitar de nervoso. Para a psicóloga Cecília Cherques, uma criança possui padrões de comportamento quando essa rotina muda é possível perceber vários sinais que algo de errado está acontecendo. “O comportamento dela muda completamente. Ela não consegue dormir, se recusa a comer ou come demais. Quando consegue dormir tem pesadelos e ela evita a pessoa que a está maltratando. Não é muito difícil de ver”, afirma a doutora.
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A maioria dos casos de abusos infantis acontece dentro do seio familiar. A especialista explica que esse índice é alto por uma combinação de fatores. Geralmente o abusador “é uma figura de autoridade e tem certeza da impunidade. E normalmente ele não acha que não está fazendo demais. E muitas vezes o resto da família é conivente, pois essa pessoa é o provedor dessa família.” Cecília continua dizendo que o melhor jeito para prevenir abusos infantis é “ficando muito atento”. Para ela, todos precisam “ficar de olho, abrir mão dos nossos preconceitos por achar que por estar no meio de uma família vai estar protegida, e não está! Precisamos prestar muita atenção no que a criança ou adolescente fala”, alertou.

Violência e maus-tratos contra a criança e o adolescente são crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e existem medidas legais para serem tomadas. A advogada Bárbara Heliodora explica que a sociedade precisa “se preocupar que a criança tenha acesso a uma fala qualificada de uma pessoa apta para entendê-la”. Para a especialista em Direito da Família, é necessário haver um trabalho multidisciplinar entre o campo jurídico e o psicológico para que as crianças recebam um tratamento humanizado e sejam ouvidas por profissionais qualificados para que seja entendida.
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“Muitas vezes o abuso não deixa marcas. Falando nesse sentido, a gente tem que colocar essa criança para falar com pessoas que são capazes de escutar esse relato de uma forma profissional para poder entregar a ela uma escuta especializada”, conclui Bárbara.

Com apresentação de Marina Ayres, integrante da equipe de Redes Sociais, este episódio do Tá na Rede está disponível nos principais agregadores de podcasts, além dos canais do O Dia no Instagram e Youtube.
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