Por bianca.lobianco
Rio - Mais de 50 policiais militares descaracterizados apoiaram ao protesto das mulheres no Batalhão de Choque na manhã deste domingo — terceiro dia do ato no Rio. Um PM sem farda tentou entrar no batalhão, na Rua Frei Caneca, no Estácio, e foi impedido por dezenas de mulheres que participam do protesto.
Policiais militares do lado de fora do Batalhão de Choque vaiaram PM que tentou entrar na unidade Agência O Dia

Os policiais que estão do lado de fora vaiaram o homem. "Sai daí", gritaram eles apoiando o movimento. 

Por volta das 8h, os manifestantes e alguns policiais fecharam totalmente a Avenida Salvador de Sá, em frente ao batalhão. Os policiais rezaram e entoaram o hino do Choque, que é tradicionamente realizado no interior da unidade no início de turno, em lealdade à unidade. O bloqueio total durou cerca de 3 minutos. 

Neste momento, apenas uma faixa da via está bloqueada com cones e faixas.


Mulheres de PMs continuam acampadas na porta do Batalhão de ChoqueAgência O Dia

UPPs estão sem rendição 

Segundo informações, várias UPPs não tiveram rendição neste domingo. No entanto, a assessoria não confirma a falta da troca de turno. 

'PMs estão indo para UPPs sem armas', denunciam esposas

No 6º batalhão (Tijuca) também houve bloqueio. As mulheres impediram a saída de carros que levavam PMs sem uniformes e armas no banco de trás.  A intenção das mulheres era evitar que eles trabalhassem despreparados e em situação de insegurança.

"O coronel do 6º batalhão está designando eles (policiais) para ir para a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) sem colete e sem arma. Eles têm que assumir no 6º batalhão. As fardas deles estão lá. O coronel está colocando os nossos policiais para morrer lá em cima na UPP. As viaturas estão vindo buscar na esquina de banco, de padaria", afirmou Laila, mulher de policial que não quis se identificar. 
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Ela e outras quatro mulheres de policiais bloquearam a saída de uma viatura nas proximidades do batalhão.
Na coordenação de Polícia Pacificadora (CPP), em Bonsucesso, também há denúncias de que o comandante da unidade esteja dando ordens para que os PMs façam a rendição nas UPPs sem os aparatos de proteção necessária. Várias esposas dos policiais estão preocupadas, temendo pela vida de seus companheiros. 
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Vídeo mostra maioria das viaturas dentro do 3º BPM (Méier)

Um vídeo gravado no sábado mostra a maioria das viaturas dentro do 3º BPM (Méier). Segundo informações, apenas cerca de 15 veículos estavam realizando o patrulhamento nas ruas. A imagem comprova o contrário do que o Comando-Geral da PM informou, de que 97% do efetivo estaria na rua para fazer o policiamento. 


Comando da PM se reúne com manifestantes, mas não chega a acordo
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O Comando-Geral da Polícia Militar se reuniu na tarde deste sábado com mulheres de policiais que protestam na frente de batalhões desde esta sexta-feira, mas não conseguiu chegar a um acordo que leve ao fim do movimento. Uma lista de reivindicações apresentada pelos representantes familiares foi entregue ao Comandante-Geral da PM, Coronel PM Wolney Dias. Segundo as mulheres, o movimento será mantido até que os itens sejam atendidos. Ao fim da reunião, ficou acertado que um representante do Governo irá comparecer ao próximo encontro. 
A discussão ocorreu no Quartel General (QG) da corporação, no Centro do Rio, e foi mediada por três promotoras do Ministério Público Estadual e uma procuradora.

“Estamos preocupados (com a situação). Nesse processo de negociação, queremos atender no que for possível (as demandas dos policiais), mas manter também a segurança da população. É necessário que isso seja resguardado. No caos, não há ganho para ninguém”, afirmou a procuradora Anna Maria Di Masi, coordenadora do Grupo de Mediação de Conflitos do MP.

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As mulheres exigem o pagamento do 13º salário, do RAS Olímpico e das metas atrasadas, além de outras questões. Também está em pauta o cumprimento da escala de trabalho, que familiares afirmam não ser aplicada corretamente, seriam elas as de 12 horas de trabalho por 60 horas de descanso e de 24 horas por 72 horas.
O coronel se comprometeu em estudar as reivindicações que são de competência da Polícia Militar, como escalas, melhores condições de trabalho e atendimento médico. No encontro também estava presente o Chefe do Estado-Maior Operacional, Coronel Cláudio Lima Freire. 
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