Homenagens aos artistas do choro no Palácio Pedro ErnestoCléber Mendes / Agência O Dia

Rio - A Câmara dos Vereadores realizou, nesta sexta-feira (19), uma homenagem ao Dia Nacional do Choro, celebrado no dia 23 de abril. Além de um debate sobre o cenário atual das rodas de choro na cidade, houve entrega de Moções de Louvor e Aplauso para ícones do gênero, entre músicos e compositores, representantes de rodas e escolas de choro. 
O evento contou com a exibição do curta-metragem Trem do Choro, do diretor Téo Cordeiro, e com apresentação da Camerata e Orquestra Popular do Choro Jonas Barros. Dentre os homenageados, estiveram mestre Siqueira, Nilze Carvalho, Abel Luiz (Roda de Choro Novo), Luciana Rabello (Instituto Casa do Choro), Luiz Carlos Nunuka (Instituto 100% Suburbano), Pedro Cantalice (Grupo Alma Carioca), Didu Nogueira e outros. 
Em conversa com o DIA, Abel Luiz contou que começou no gênero musical por influência do seu avô Luiz Gonzaga da Silva, que tocava rodas e recebia amigos para celebrar a cultura em casa. O musicista destacou a importância do choro como forma de produção de sociabilidade, cultura, salvaguarda, resistência e de pensar o Brasil a partir do som nascido no Rio de Janeiro.
"Após o patrimoniamento, reconhecimento do choro, é o primeiro evento político e público em prol dessa assertiva. Essa oportunidade que o choro proporcionou ao Poder Público tê-lo como instrumento de reconhecimento, de produção de sociabilidade, de cultura, de salvaguarda, formas de resistir, de pensar o Brasil a partir de estar junto de forma tão especial de estar junto através do som nascido no Rio de Janeiro. É um momento importante da gente celebrar a nossa música, celebrar o nosso som. O choro tem uma característica muito especial de ser um gênero que nasceu a partir de diferentes gêneros reunidos e que, a partir do momento em que se consolidou, continuou carregando polca, valsa, maxixe", explicou.
Abel também ressaltou que, mesmo sem um protagonismo dentro da indústria musical, o choro segue sendo uma ferramenta de encantamento e de celebração da vida, da cidade e de um Brasil diverso, plural e sonoro.
"Temos uma relação com a história da música que muitas vezes é a história da indústria. Quando a gente fala que determinado período foi isso ou aquilo, de forma alguma desmerecer esses outros gêneros, mas entender que ao largo e ao longo do que se definiu como gênero daquele momento, as rodas de choro mantiveram o choro vivo ao longo desses mais de 100 anos de história", celebrou.
Em maio de 2012, a Prefeitura do Rio declarou o choro como Patrimônio Cultural Carioca. O documento considera a relevância do ritmo como uma das primeiras manifestações musicais carioca, o legado musical dos artistas que produziram canções, entre outros.
O vereador Edson Santos (PT), responsável por promover a homenagem no Palácio Pedro Ernesto, comentou sobre a necessidade de celebrar o gênero para a chegada de novas gerações.
"O choro virou patrimônio cultural imaterial do Brasil em fevereiro deste ano, em reconhecimento à sua contribuição para a cultura brasileira. Hoje buscamos homenagear chorões e choronas que fazem acontecer e ensinam o choro às novas gerações, verdadeiros mestres da cultura popular, como uma forma de estimulá-los a continuar nesse caminho", disse.
Trem do Choro
A programação do Dia Nacional do Choro, celebrada no dia 23 de abril, terá continuidade na terça-feira (23), data do aniversário de Pixinguinha, com a 11ª edição do Trem do Choro. O embarque será às 11h38 na Central do Brasil, com destino à estação de Olaria, de onde músicos e musicistas partirão em cortejo até o Reduto Pixinguinha, na Praça Ramos Figueira.

A festa receberá o trem e quem mais chegar com música, cerveja gelada, rodas de jongo e capoeira, feira de produtos artesanais, ateliês de pintura e confecção de instrumentos.