Alagamento nas ruas de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense Reginaldo Pimenta / Arquivo /Agência O Dia

Rio - Um relatório da Casa Fluminense aponta que uma em cada cinco casas na Região Metropolitana do Rio estão em áreas de alto risco a inundações. Os dados, divulgados na terça-feira (14), foram coletados entre 2020 e 2023, período em que o estado teve 140 mortes e 145 mil desalojados em eventos relacionados a chuvas e deslizamentos de terra.
Ainda de acordo com o relatório, o município de Magé é um dos principais afetados, com cerca de 66% dos domicílios em áreas de alto risco a alagamento. Em toda a Baixada Fluminense, aproximadamente 28% das casas estão nessas condições.
Quanto às áreas de alto risco para deslizamentos de terras, a Casa Fluminense aponta que mais de 60 mil habitações ocupam esses espaços na Região Metropolitana do Rio. Com isso, uma a cada 100 residências estão em situação grave com relação a essas ocorrências. Nessas áreas, também há 32 unidades de ensino ou saúde e outros 268 estabelecimentos em construção.
No estado, as mais de 95 mil moradias danificadas ou destruídas representam um prejuízo de 1,1 bilhão. Já sobre a infraestrutura pública afetada, como instalações públicas de saúde, educação, de uso comunitário e prestadoras de outros serviços, 743 foram danificadas ou destruídas, totalizando R$ 472 milhões em perdas.
Além dos 140 mortos e 145 mil desalojados, o estudo também registrou 690 feridos, 229 desaparecidos, quase 9 mil desabrigados e pelo menos 3 milhões afetados.
A Casa Fluminense é uma organização da sociedade civil que constrói políticas e ações públicas para a Região Metropolitana do Rio há 10 anos. e tem a justiça climática como um dos seus principais eixos de atuação.
Perguntada sobre as casas em risco de alagamento, a Prefeitura de Magé afirmou que desconhece os dados, mas trabalha na prevenção de enchentes e alagamentos na cidade com obras de drenagem e manilhamento em todos os distritos e de dragagem e limpeza de mais de 15 rios e canais.
"Já realizamos a limpeza e dragagem do Rio Caioba, Rio Inhomirim, Rio da Cachoeira, Rio do Melo, Canal do Manelão, Canal da Vala Preta, Rio dos Cavaleiros, Canal do Rio do Ouro, Rio Roncador, Roncadorzinho, Rio Suruí, Canal da Lagoa, Parque Boneville, Barbuda e Parque Estrela. Atualmente estamos com trabalho de drenagem em ruas e bairros de todos os distritos, como Flexal Gama, Gandé, Santo Aleixo, Rio do Ouro, Suruí, Portelinha, Novo Horizonte, Parque Paranhos e Mauá. Em apenas 3 anos e meio muito foi feito pela atual gestão mas, devido ao descaso das gestões anteriores, ainda há muito por fazer", comunicou a prefeitura.
Em nota, o Governo do Rio informou que, desde 2021, investe R$ 4,3 bilhões em obras de infraestrutura em todo o estado. Além disso, na Região Metropolitana, R$ 571,7 milhões foram investidos entre 2023 e 2024 em obras de infraestrutura que previnem os transtornos causados pelas fortes chuvas. 
De acordo com o governo, são 36 obras de drenagem e contenção de encostas, sendo 13 em fase de contratação. Além disso, o Plano de Contingência para as Chuvas prevê que, em 2024, mais de R$ 3 bilhões sejam destinados à prevenção. 
"O Governo do Estado irá entregar cerca de 3 mil unidades habitacionais para atender famílias da região Metropolitana. Em Duque de Caxias, a Secretara Estadual de Habitação está construindo 423 moradias. No complexo do Alemão, 935 unidades. O governo divulgou chamamentos públicos, por meio do programa Minha Casa Minha Vida, que visam a construção de 1394 moradias, sendo 730 no Complexo do Alemão; 200 no Jacarezinho; 70 em Benfica e 60 no Centro do Rio. Vale ressaltar que o programa Habita + Subsidiado, lançado pelo governo, vai conceder o maior subsídio habitacional do Brasil, com R$ 25 mil para famílias darem entrada na casa própria. Cerca de 14 mil famílias serão beneficiadas apenas na primeira fase do programa", comunicou.
"O Sistema de Alerta de Cheias, do Instituto Estadual do Ambiente, monitora em tempo real, desde 2008, o nível dos rios e da chuva. A ferramenta conta com uma rede composta por 104 estações instaladas em 35 municípios fluminenses que monitoram 61 cursos d’água. Importante destacar que o Programa Limpa Rio, do Instituto Estadual do Ambiente, já retirou 2.500.300 metros cúbicos de sedimentos em 303 corpos hídricos, totalizando uma extensão de 321 km. Já a Defesa Civil, que recebeu investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em tecnologia por meio do Corpo de Bombeiros, conta com diversas ferramentas para a prevenção de desastres, como o Sistema de Monitoramento, Alerta e Alarme, com 202 sirenes e 70 pluviômetros mantidos pelo Governo do Estado", concluiu.