Júnior LimaReprodução/Globo

Rio - Junior Lima, que completou recentemente 40 anos e está embarcando em uma carreira solo, compartilhou como foi crescer diante das câmeras ao lado de sua irmã Sandy, de 41. Também comentou sobre como a pandemia foi determinante para a sua carreira solo, por ter tido depressão.

"Tive uma vida bastante peculiar, tenho ainda, se comparar com a grande maioria das pessoas. Vivi coisas muito específicas. É muito difícil olhar para o lado e ver alguém vivendo coisas parecidas. Trabalhava muito, exerci bastante a molecagem, fui amadurecer e entender a profundidade das coisas que vivia, talvez, depois que encerrou a dupla [com Sandy]. Pude ter tempo de refletir e viver os sentimentos: era uma engrenagem maluca de compromissos que eu só cumpria e me divertia. Sinto que estou no meu lugar", explicou durante sua participação no "Conversa com Bial", transmitido pelo GNT, nesta quinta-feira (02).
"Dei uma deprimidona no começo da pandemia. Acho que foi um salto muito grande do que vinha vivendo em 2019, um dos grandes pontos altos da minha vida. Ali comecei com a ideia de fazer meu trabalho, 'seguir carreira solo, me entendi como artista, vou me permitir, me curei'. Na hora que fui, parou tudo e 'volta aqui, se recolhe, show é a última coisa que você vai voltar a fazer'", revelou Junior, emocionado. A música "Sou" foi um ponto de virada nesse cenário difícil.

"Muito sensível que sou, ligava a TV e só paulada, muita desgraça e aquilo foi me deixando mal. Fiquei muitos meses sem encostar no violão, me dói falar isso, porque essa fase foi muito ardida, não ouvia música, não tocava. Não rolava!", compartilhou Junior.

Durante a pandemia, ele se mudou com sua esposa e filho para um chalé enquanto o sítio da família passava por reformas. No isolamento, Junior compôs 54 músicas e reconectou-se com sua arte. "Não queria ficar preso no apartamento, porque comecei a achar que meu filho estava deprimindo também e aí fui para o mato", detalhou, entre lágrimas.
"Fui para um canto, comecei a tocar e, coincidentemente, num respiro que quis dar, vi um post da Fernanda Paes Leme com um texto de uma entrevista da Clarice Lispector (1920-1977) em que ela falava que quando não estava criando, estava morta", concluiu.