Avenida dos Baobás, em MadagascarReprodução / Google Maps

O ancestral comum dos baobás, conhecidos como "árvores da vida", provavelmente surgiu há cerca de 21 milhões de anos em Madagascar, na África. A descoberta foi publicada na revista "Nature" na última quarta-feira (15). Depois, eles se desenvolveram em diferentes espécies por causa de fatores como altitude, temperatura, precipitação e atividade vulcânica e foram levados a longas distâncias para outros continentes através de correntes de vento.
Existem oito espécies de baobás ao redor do planeta. Seis delas estão em Madagascar, enquanto outra fica na África Continental e a última, no noroeste da Austrália. Wan e seus colegas sequenciaram os genomas de todas e usaram o conteúdo para entender como essas árvores, que podem alcançar 30 metros de altura e viver por séculos ou milênios, evoluíram.
"Madagascar é um laboratório natural maravilhoso. No caso dos baobás, alguma história geográfica muito especial na ilha contribuiu para a diversidade das espécies", afirmou Tao Wan, um dos autores do estudo e botânico do Jardim Botânico de Wuhan, da Academia Chinesa de Ciências, ao jornal americano "The New York Times".
Conforme a pesquisa, em algum momento, provavelmente há cerca de 12 milhões de anos, duas espécies de baobás foram levadas até a África Continental e a Austrália. Algumas sementes podem ter sido transportadas pelo Giro do Oceano Índico, uma corrente direcionada pelo vento que circula entre a Austrália, o sul da Ásia e a costa do leste da África.
O estudo também levanta a possibilidade dos lêmures e de outros animais, como morcegos comedores de fruta, terem sido usados como polinizadores. "Uma das inovações evolutivas dos baobás foi explorar animais grandes que comem açúcar. Isso é algo incomum para uma planta fazer", afirmou Andrew Leitch, geneticista de plantas da Universidade de Queen Mary de Londres, na Inglaterra.