Personagem Miriam Fraga  - Divulgação
Personagem Miriam Fraga Divulgação
Por O Dia

Rio - Ano novo é época de realizar mudanças e fazer promessas para o ano que se inicia. Passadas as festas de fim de ano as pessoas começam a se preparar para os pagamentos, como por exemplo, IPVA, IPTU e as compras de material escolar. Para ficar no azul em 2018 especialistas ouvidos pelo DIA explicam o que se deve fazer para ficar com nome limpo. A palavra de ordem é planejamento financeiro durante os 365 dias do ano.

De acordo com o educador financeiro da Dsop Educação Financeira, Waldyr Souza, o primeiro passo que o consumidor deve dar para se planejar financeiramente e empregar bem o seu dinheiro é não contrair mais dívidas. "A pessoa deve fazer um diagnóstico da sua vida financeira, um verdadeiro raio X das suas finanças, registrando todos os gastos, para saber exatamente para onde tem ido o seu dinheiro e assim eliminar despesas supérfluas", explica Souza.

"Uma boa dica para saber o quanto você gastará com as tradicionais despesas do início do ano é fazer os cálculos do quanto gasta. Por exemplo, você pode pegar o valor gasto no ano passado e calcular em cima de 10%", explica o especialista em finanças, Alexandre Prado.

Para quem puder, o orientador financeiro orienta que seja priorizado o pagamento de IPTU e IPVA em cota única. "Após ter a certeza de como se encontra financeiramente o consumidor deve procurar quitar os impostos, como por exemplo, IPTU e IPVA, preferencialmente à vista, a fim de aproveitar os descontos oferecidos para essa modalidade de pagamento. Se o pagamento for feito à vista o cliente obterá, em média, 3% de desconto no IPVA e 6% no IPTU".

Lembrando que se deve evitar ao máximo recorrer a empréstimos, limites do cheque especial ou qualquer outra maneira de crédito do mercado financeiro, pois isso apenas se tornaria uma bola de neve, devido aos juros altos que são cobrados.

"Já quem está com dívidas precisa ter atenção ao longo do ano. Algumas pessoas vêm de um final de ano muito apertado, pois acabaram extrapolando no Natal comprando muitos presentes e utilizaram muito o cartão de crédito. Esse tipo de atitude pode comprometer seriamente o orçamento. Durante o ano, quando o consumidor for liquidar as dívidas é importante que ele dê preferência para as as que forem mais caras, como cheque especial e cartão de crédito", orienta Alexandre Prado.

Para o consumidor não cair em tentação e ter mais dívidas, o especialista em finanças aconselha a se planejar durante todo o ano e evitar gastos supérfluos. "O planejamento financeiro é importante para vislumbrar a situação antes dela acontecer, como se estivesse em um jogo de xadrez. Tem que estudar para ver se vai ter condições de fazer aquele pagamento, porque o ano já começa com despesas incidindo", explica o especialista.

Ainda segundo ele, o orçamento tem que fazer caber no salário disponível, mas se não couber, existem alternativas. "Se ainda assim a pessoa perceber que vai ficar apertada durante o ano seria legal diminuir pacotes como da televisão, internet, além de evitar comer na rua que é uma atividade cara", avalia.

A pensionista Miriam Fraga, 60 anos, moradora de Madureira, diz que pretende ficar sem dívidas durante o ano que vai entrar. "As contas que tenho felizmente são poucas e quero ficar em 2018 com o mínimo possível de dívidas. Para não ficar no vermelho, planejo não gastar mais do que eu ganho e ainda guardar um pouquinho na poupança", conta Miriam.

Recomendações para economizar

Para quem ainda não gastou o 13º salário, o educador financeiro da Dsop Educação Financeira, Waldyr Souza, explica que é aconselhável guardar o dinheiro para o pagamento das despesas de início de ano. "É recomendável que ele utilize o dinheiro para efetuar o pagamento desses gastos. Além disso, também é válido começar a criar uma reserva estratégica, guardando mensalmente uma quantia para enfrentar essas despesas que chegarão ao início do ano seguinte. Assim estará agindo com educação financeira, poupando antes de gastar", explica.

O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, também orienta que o consumidor comece a construir a independência financeira e evite ao longo do ano compras feitas por impulso. "É preciso guardar cerca de 10% daquilo que a pessoa ganha. Com o tempo, você pode partir para um plano de previdência privada e conseguir complementar a aposentadoria pelo INSS".

Dicas para o material escolar

O especialista em finanças Alexandre Prado dá dicas para as pessoas pouparem em 2018. "A primeira dica é para quem tem filho. A compra coletiva é uma economia para os pais que têm amigos com filhos. Comprar no comércio atacadista costuma gerar uma economia e um alívio no bolso para as despesas de material de escolar", conta Prado.

Outra orientação dos especialistas é para os pais juntarem o material escolar do ano anterior e ver a possibilidade de reutilizá-los. Segundo Waldyr Souza, ainda é possível reaproveitar livros didáticos do filho mais velho para o mais novo, se for o caso.

De acordo com o especialista em finanças Prado, as compras de mercado nesses atacarejos também ajuda na economia do lar. "Você pode combinar com os vizinhos ou grupo de amigos de comprar itens e dividi-los entre si. Dessa forma, ajuda pagando um preço mais barato pelos produtos. Outra dica é fugir das marcas mais famosas, porque elas tendem a custar mais caro", orienta.

O especialista finaliza dando ideias para a pessoa gerar uma renda extra em casa. "Uma possibilidade é começar a fazer bolo para vender ou até mesmo vender o que você não utiliza mais em casa. Em vários sites é possível vender itens para contribuir para o orçamento. Isso pode compensar os casos adicionais de gastos que existem no início do ano", explica.

Reportagem da estagiária Marina Cardoso, sob supervisão de Martha Imenes

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