
Em tempo de desemprego em alta - que no Estado do Rio de Janeiro atinge 1,3 milhão de pessoas, segundo o IBGE - e de "cinto apertado", cortar gastos tem sido a palavra de ordem para sobreviver à crise. Para quem tem carro então, a busca por economia tem sido constante. Isso porque abastecer o veículo virou sinônimo de susto para muitos motoristas: em alguns postos o preço da gasolina passa de R$ 5. A alternativa encontrada para diminuir esse gasto tem sido adaptar o carro para utilizar Gás Natural Veicular (GNV).
Para se ter uma ideia, em 2016 existiam 1,15 milhão carros movidos a gás no Rio. Este ano já são 1,25 milhão. E de olho nesse mercado crescente, donos de postos têm feito promoções para atrair os consumidores. Na Tijuca por exemplo, o DT Clean e o Bela Vista na Avenida Maracanã oferecem o GNV por R$ 2,199 o metro cúbico. Mas atenção, esse valor é válido somente das 22h às 6h da manhã. Fora desse período, sai por R$ 2,299.
No Posto Estácio, na Rua Maia de Lacerda, que também cobra R$ 2,199, a estratégia de colocar placa com horário e preço diferenciados têm atraído consumidores. Neste caso, além da promoção ser das 22h às 6h, no domingo é válida o dia todo. "Houve aumento de clientes, principalmente à noite", avalia Vinícius Souza de Mendonça, gerente do posto. A localização (Estácio) e o valor do GNV foram os atrativos para o motorista de Uber, Júlio Cesar Xavier Mota, de 33 anos. "Gasto cerca de R$ 60 por dia de gás para trabalhar. Qualquer economia é bem vinda", diz.
Agora, quem tiver disposição e disponibilidade para bater perna pode encontrar o GNV mais barato em outras localidades. O preço, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) varia de R$ 1,999 (mínimo), encontrado na capital, a R$ R$ 3,159 (máximo), em Araruama. Em Caxias, por exemplo, o valor vai de R$ R$ 2,499 a R$ 2,599. Seguido de perto por Nova Iguaçu com variação de R$ 2,397 a R$ 2,469. O valor em Niterói vai de R$ R$ 2,098 a R$ 2,499.
É preciso ter cuidado na hora de abastecer. Isso porque os postos colocam o valor com desconto em destaque e as letrinhas miúdas informando a hora. A prática, segundo Marcus Soares, especialista em Direito do Consumidor, pode ser considerada como enganosa. "O posto tem que manter o preço exposto mesmo fora do horário promocional", explica.