O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros Selic em 0,25 ponto percentual, a um novo mínimo histórico, de 6,75%, seu décimo corte consecutivo. A redução já era esperada pela maioria dos especialistas. Eles acreditam que esse deve ser o último corte do ano.
Em comunicado, o Copom indicou que "vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária", mas que "essa visão (...) pode se alterar e levar a uma flexibilização monetária moderada adicional, caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos".
Esses riscos estão fortemente relacionados a "uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira", indica a nota.
Analistas preveem um ano de forte volatilidade, especialmente diante do cenário eleitoral agitado.
A inflação parece controlada. O aumento dos preços foi de 2,95% no ano passado, o mais baixo desde 1998, e em 2018 deve se manter em 3,94%, abaixo do centro da meta de 4,5% do Banco Central, de acordo com a pesquisa semanal Focus.
Em outubro de 2016, quanto teve início o atual ciclo de cortes, a Selic estava em 14,25%. A inflação, que chegou a 10,67% em 2015, foi de 6,39% em 2016.
A Força Sindical criticou o Copom por fazer cortes "a conta-gotas", o que "frustra o setor produtivo e se curva aos especuladores".
Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aprovou a redução de 0,25 ponto, menor que as anteriores, e destacou que "a manutenção dos juros nesse patamar exige rigor com o ajuste fiscal".
A próxima reunião de política monetária do Copom acontece em 20 e 21 de março.