Brasília - O estado com a maior representação na Câmara dos Deputados, São Paulo, finalizou com 57 a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff e 13 votos contrários. A bancada paulista tem 70 vagas na Casa, distribuídas entre partidos aliados e oposicionistas. Durante as votações, quando parlamentares podem falar por dez segundos, governistas enfatizaram que o processo é um golpe.
TEMPO REAL: Acompanhe o placar do impeachment
O voto de Paulo Maluf (PP), que chegou a gerar expectativas durante a última semana, seguiu a orientação do partido que fechou questão e anunciou que expulsaria parlamentares que votassem contra o processo. De outro lado, Arlindo Chinaglia (PT), afirmou que o caminho mais curto para garantir a democracia é pelas eleições e foi o primeiro a se manifestar contra o impeachment. O apoio ao governo foi seguido pelos também petistas Carlos Zaratini, José Mentor e Ana Perugini, entre outros.
Por outras legendas, Dilma também recebeu os votos contrários ao processo dado pelos parlamentares do PSOL. Ivan Valente, líder da legenda, voltou a atacar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de conduzir o processo “sem ter legitimidade” já que é réu em processo no Supremo Tribunal Federal (STF), e o vice-presidente da República, Michel Temer, que assume a vaga de Dilma caso o Senado aprove o pedido. “A eleição de Temer pelo impeachment é uma fraude”, disse Ivan Valente.
O voto favorável do deputado Tiririca (PR) causou reboliço no plenário. Dias antes da votação, Tiririca foi perguntado por jornalistas como votaria e sintetizou: “no microfone”.
VEJA COMO VOTARAM OUTROS ESTADOS DO PAÍS
Dos oito deputados tocantinenses, apenas um votou contra a admissibilidade do pedido deimpeachment da presidenta Dilma Rousseff. O voto contrário foi do deputado Vicentinho Júnior (PR-TO). Na bancada matogrossense, os deputados Ságuas Moraes (PT) e Valtenir Pereira (PR) votaram contra o prosseguimento do processo. Os demais integrantes da bancada (seis) foram favoráveis ao afastamento de Dilma.
Os deputados do Distrito Federal e do Acre deram 11 votos a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff e 5 contra o prosseguimento da denúncia. No Distrito Federal, foram 7 votos pelo impeachment e 1 contra. No Acre, quatro deputados votaram a favor e quatro contra.
Todos os deputados do estado de Rondônia, oito ao todo, votaram a favor da admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. É o segundo estado em que toda bancada vota favoravelmente ao afastamento da presidente. Já entre os deputados goianos, 16 declararam voto a favor do impeachment, e o deputado Rubens Otoni (PT) votou contra.
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Quinto estado a votar com 17 parlamentares, o Pará declarou 10 votos favoráveis ao impeachment seis contrários e uma abstenção. Em seguida, votou o estado do Paraná, com 26 deputados a favor e quatro contra a admissibilidade do impeachment. Até momento, 120 dos 513 deputados votaram.
O Rio Grande do Sul fechou com placar de 32 votos a favor, 9 contra e uma abstenção do deputado Pompeo de Matos (PDT), que explicou que não poderia votar a favor do processo por determinação do partido. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), explicou que fará a primeira chamada imediatamente depois da primeira. Se o parlamentar não estiver presente não poderá mais se manifestar.
Dos 16 deputados do estado de Santa Catarina, 14 votaram a favor e dois contra a admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Já na bancada do Amapa, quatro votaram favoravelmente, três contra e o deputado Vinicius Gurgel se absteve.
Mesmo com atuação forte do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), a maioria dos deputados do estado votou pela abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Dos 18 deputados maranhenses, dez votaram pelo afastamento de Dilma e oito contra a abertura do processo. O estado garantiu 55,56 % dos votos favoráveis ao parecer do relator, Jovair Arantes (PTB-GO), e 44,44% contra.
O Ceará, com 22 deputados, foi o primeiro estado a ter maioria contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff com 11 votos. Os votos a favor do processo foram 9. A bancada registrou uma ausência, do deputado Aníbal Gomes (PP) e uma abstenção, da deputada Gorete Pereira (PR). O Ceará foi o 17º estado a votar.
A bancada da Bahia, quarta maior na Câmara dos Deputados, foi a segunda a ter maioria de votos contra a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Dos 39 representantes da Bahia, 20 votaram contra o impeachment, 17 a favor e dois se abstiveram. Até o momento, 329 votaram pela admissibilidade do afastamento de Dilma, 123 contra, seis se abstiveram e dois se ausentaram.
COMO FUNCIONA A VOTAÇÃO?
A aprovação do processo depende do voto de 342 deputados (2/3 dos 513) a favor do parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que recomenda a abertura de processo contra Dilma, por considerar que houve crime de responsabilidade da petista por editar decretos de crédito suplementares sem autorização do Congresso e pelo atraso de pagamentos que ficou conhecido como pedaladas fiscais. Se o processo for admitido, o julgamento da presidente será conduzido pelo Senado.
A votação está ocorrendo individualmente. Conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão na última sexta-feira, a votação seguirá conforme o regimento interno da Câmara com chamada alternada de deputados da Região Norte para a Sul. Em cada estado, ela será nominal por ordem alfabética. O último a votar será o deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), cujo partido fechou questão no apoio a presidenta Dilma e já anunciou que irá expulsar da sigla os infiéis.