Por clarissa.sardenberg

Rio - O terrorista sírio Jihad Ahmad Deyab, de 45 anos, ex-presidiário de Guantánamo, em Cuba, é procurado no Brasil após alerta de autoridades uruguaias de que teria adentrado em território nacional. A Polícia Federal (PF) confirmou que fez inúmeras ações de busca pelo extremista, mas não conseguiu encontrá-lo. "Por enquanto, não há confirmação da entrada ou presença do estrangeiro em solo nacional", informou a PF nesta quarta-feira. Deyab atuava como recrutador da al-Qaeda na Europa e fez parte de ações terroristas do grupo na África.

Jihad Ahmad Deyab estaria usando um passaporte falso de origem marroquinaReprodução Youtube

As buscas visam também prestar ajuda às autoridades do Uruguai, que procuram por Deyab. Ele foi acolhido no país como refugiado antes de desaparecer. O pedido de ajuda foi feito também à Argentina.

Jihad estaria usando um passaporte falso de origem marroquina, jordaniana ou síria. Sua identidade e passaporte originais, no entanto, são expedidos pelo Uruguai. De acordo com o alerta emitido pela aérea, o homem tem dificuldade de locomoção, usa muletas e não fala português.

De acordo com a imprensa uruguaia, Deyab nasceu no Líbano de pai sírio e mãe argentina. Ele foi acolhido pelo governo Mujica em dezembro de 2014 junto com outros cinco ex-detentos e seria o "mais rebelde" deles. O extremista acusou o Uruguai de não "cumprir o prometido" quando o recebeu e desencorajou outros a se mudarem para lá.

O alerta de buscas pelo terrorista ocorreu no último dia 1°, através da companhia aérea Avianca. Foi solicitado que "caso seja detectada a presença do sírio em território brasileiro, a Polícia Federal seja imediatamente comunicada". Todas as companhias aéreas que operam no Brasil receberam a ordem de divulgar o comunicado para ajudar nas buscas pelo homem.

Segurança na Olimpíada 

Há um mês das Olimpíadas, questões estratégicas e de segurança da polícia estão voltadas para identificação de posssíveis ações terroristas. Apesar disso, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, afirmou nesta terça-feira que a probabilidade de acontecer algo do tipo durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio são remotas.

"Não temos probabilidade de algum evento terrorista. A possibilidade existe no mundo todo, mas não há a probabilidade. Mas trabalhamos como se houvesse", disse o ministro, acrescentando que a população e turistas podem ficar "tranquilos".

Nesta terça-feira, a segurança patrimonial das arenas olímpicas passou a ficar a cargo do Ministério da Justiça e da Força Nacional de Segurança Pública. Segundo Moraes, todo o efetivo da Força Nacional, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal estará em seus postos até 24 de julho.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, reforçou que qualquer "deficiência" na segurança será coberta pelas Forças Armadas. “As Forças Armadas vão disponibilizar contingentes além do que se originariamente se previa para cobrir possíveis deficiências que tenhamos em qualquer um dos outros pontos”, disse Eliseu Padilha.

Serão 5 mil homens disponibilizados para a Olimpíada, com acréscimo de 3 mil pelo Ministério da Defesa no contingente de militares, somando 21 mil, que serão deslocados para o Rio ainda neste mês.



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