Brasília - O Brasil vai passar a ofertar a vacina HPV para meninos entre 12 e 13 anos. A inclusão, anunciada pelo Ministério da Saúde, passa a valer a partir de janeiro. O objetivo é imunizar toda a população masculina entre 9 e 13 anos. A ampliação da faixa etária será feita de forma gradativa. Em 2018, será de 11 a 12 anos. Em 2019, de 10 a 11 anos e 2020, para 9 e 10 anos.
"A vacinação de meninos é importante para reduzir a circulação do HPV. Uma medida eficaz para reduzir os casos de câncer ligados ao vírus", disse Carla Dominguez, do programa de imunização do ministério. Entre mulheres, o HPV está associado ao maior risco para desenvolvimento de câncer de colo de útero, de vulva, vaginal e verrugas genitais. No público masculino, o objetivo da vacina é proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus.
As alterações atingem também portadores de HIV. Passarão a ser vacinados meninos e homens entre 9 e 26 anos. Esse grupo deverá tomar três doses da vacina, com intervalo de 2 a 6 meses após a primeira dose. Para isso, no entanto, os portadores terão de apresentar a prescrição do médico.
Além da vacina contra HPV, o Ministério da Saúde vai modificar também o esquema da vacina meningite C e passar a ofertá-la para adolescentes. Assim como um imunizante contra HPV, a ampliação será feita de forma gradual. Em 2017, ele começa com 12 a 13 anos. Em 2020, estarão contemplados todos meninos e meninas entre 9 e 13 anos. Foram registrados ano passado 15 mil casos de meningite. Desse total, 30% de meningite C.
As duas medidas fazem parte da estratégia do governo de ampliar a vacinação entre adolescentes brasileiros.
Embora considerada importante, a tarefa esbarra na resistência desse grupo da população em procurar serviços de saúde. A vacina de HPV, por exemplo, está disponível desde 2014 no SUS para meninas. O imunizante, que protege contra quatro subtipos de HPV (6, 11, 16 e 18) é oferecido para população feminina de 9 a 13 anos. Pelas estimativa do ministério, no entanto, pelo menos 500 mil meninas de 14 anos não fizeram o esquema completo de vacinação, de duas doses.
A cobertura vacinal do grupo está em 75%, abaixo da meta, que é de 80%. Para tentar atingir o objetivo, o Ministério da Saúde vai ampliar no próximo ano a vacinação também para adolescentes de 14 anos.
Carla afirmou que uma campanha de esclarecimento será feita, anunciando a mudança do esquema vacinal. O Ministério da Saúde também vai incentivar a adesão de escolas, para que campanhas de vacinação sejam feitas nos estabelecimentos. A estratégia é considerada como um recurso eficiente para reduzir a resistência de adolescentes.
Para o reforço da vacinação de Meningite C, foram adquiridas 15 milhões de doses. Atualmente a vacina é dada em três doses: aos três, cinco e doze meses, com uma média de cobertura considerada muito boa, de 95%. No entanto, os dados mostram que o poder de proteção do imunizante vai se perdendo ao longo dos anos. Daí a ideia de ofertar mais uma dose. O objetivo é vacinar 80% do público alvo, equivalente a 7,2 milhões de adolescentes.