Vitória suspende aulas e atendimento em postos de saúde após paralisação da PM
Governo federal irá enviar Força Nacional e militares para o Espírito Santo, afirma secretário
Espírito Santo - A prefeitura de Vitória suspendeu nesta segunda-feira, o funcionamento das escolas municipais no período da manhã e de todas as unidades de saúde por causa do protesto de familiares e amigos de policiais militares, que realizam manifestações em ao menos 30 cidades do Espírito Santo desde a última sexta-feira.
Os manifestantes reivindicam reajuste salarial e chegaram a impedir a saída das viaturas para a rua.
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Em nota publicada na noite deste domingo, a prefeitura informou que as aulas do período matutino seriam suspensas "zelando pela segurança de seus alunos e profissionais de Educação". A nota afirma, ainda, que as condições de segurança serão avaliadas para verificar se haverá aulas no período da tarde.
Outra nota diz que o atendimento em todos os postos de saúde também estão suspensos e que não haverá vacinação contra a febre amarela até o fim da manifestação. "Já o atendimento nos pronto-atendimentos da Praia do Suá e São Pedro continua normal neste início de semana", finaliza a nota da prefeitura.
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Planalto enviará Força Nacional e Exército
O governo federal autorizou o envio da Força Nacional e das Forças Armadas para reforçar o policiamento nas ruas de cidades do Espírito Santo, informou o secretário de Segurança Pública do Estado, André Garcia, em entrevista à Rádio Estadão. A expectativa dele é de que ainda nesta segunda-feira, as tropas estejam nas ruas e a situação comece a voltar à normalidade.
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No domingo, o comando da Polícia Militar foi substituído. O governador em exercício, César Colnago (PSDB), pediu o apoio do Ministério da Justiça para o envio da Força Nacional e da Defesa para as tropas militares, disse o secretário. O pedido foi reforçado pelo governador, Paulo César Hartung (PSDB), que está internado em São Paulo, ao presidente Michel Temer - e teve resposta positiva, segundo o secretário.
"O policiamento não pode ser descontinuado. Estamos fazendo prevalecer a Constituição, temos que ter policiamento. Se não for pela Polícia Militar, será pela Força Nacional e pelas Forças Armadas", disse o secretário.
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Garcia reforçou que as negociações com os policiais, diante das reivindicações de reajuste salarial e melhores condições de trabalho, serão feitas apenas quando o policiamento na rua for retomado e a situação estiver controlada. "Assim que retornar a normalidade, o governo vai manter as portas abertas, como sempre o fez", afirmou.
O secretário frisou que segurança pública é questão de segurança nacional e "não pode ser submetida a interesses corporativos, por mais legítimos que eles sejam".
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Garcia disse que o governo ainda não recebeu uma proposta objetiva de reajuste salarial e que não há no momento folga no orçamento para revisões de remuneração aos servidores. "O pagamento dos servidores está em dia, as contas equilibradas mas não há folga de caixa para se pensar nisso hoje (em reajuste), diante de queda da arrecadação e crise econômica", explicou.
A criminalidade, incluído o número de homicídios, aumentou com a falta de policiamento nos últimos dias, afirmou o secretário, mas ainda não há levantamentos oficiais da quantidade de crimes e da real situação do Estado. "Certamente nós tivemos incremento da criminalidade, o número de homicídios aumentou. Com movimentos como esse, os resultados, depois de sete anos seguidos com redução de crimes letais e intencionais, ficam prejudicados para 2017", disse.
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