Paraná - O ex-ministro da Justiça (2007/2010) Tarso Genro disse que "certamente em várias oportunidades, no País inteiro, os partidos políticos receberam doações que não registraram". "Isso aí, evidentemente, ocorreu em todo o País e ocorre há muito tempo. Deve ter ocorrido recentemente também nas campanhas eleitorais", afirmou Tarso nesta quinta-feira, 16, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro como testemunha de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu em ação penal no caso do tríplex do Guarujá (SP).
"Isto decorre ou de uma intenção maliciosa de quem recebe ou de uma tentativa de obscurecer apoio político que venha de determinados setores interessados no processo eleitoral", afirmou. Segundo Tarso, a exigência de caixa 2 "é de quem doa". "Temos que fazer uma profunda reforma política no País para corrigir essa deformidade do sistema democrático", afirmou
Tarso foi indagado por um dos defensores de Lula sobre argumento do Ministério Público Federal da suposta existência de um caixa geral do PT. "O que pode dizer dessa hipótese?"
"Eu desconheço", afirmou o ex-ministro, que presidiu o PT. "Quando cheguei na presidência do partido não permiti que se fizesse arrecadação sem que essa arrecadação fosse registrada num livro centralizado, dizendo quem pediu e quem deu", assegurou.
"Estávamos em plena discussão a respeito do Mensalão onde havia suspeitas sobre determinadas arrecadações", seguiu o ex-ministro "Naquele momento não foi feita nenhuma arrecadação em virtude dessa situação política. Eu desconheço existência de caixa geral no PT. Eu sei que sempre existiu o caixa do partido, caixa determinado pelas campanhas eleitorais e pela lei."