Brasília - O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, corrigiu nesta noite de quarta-feira, o equívoco do presidente Michel Temer (PMDB), que, momentos antes, em cerimônia no Planalto, anunciou a reabertura do mercado do Irã à carne brasileira. "Tecnicamente não houve embargo do Irã à carne brasileira, houve suspensão dos abates", disse.
Maggi explicou que pelo fato de o Irã ser um país islâmico e ter um procedimento de abate diferenciado, chamado de halal, que é feito pelos próprios membros dessa religião dentro dos frigoríficos, o processo foi suspenso durante a Operação Carne Fraca.
O secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Rangel, lembrou que o Irã havia apenas pedido informações ao Brasil sobre os problemas relativos às investigações e que o fluxo de comércio de carnes entre os dois países deve ser retomado ainda esta semana. Maggi, que participou de um evento de assinatura do novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), disse que a Operação Carne Fraca não influenciou no decreto assinado hoje por Temer.
O ministro reafirmou que, apesar do fim das suspensões de importações anunciado por vários países, a União Europeia (UE) ainda cobra explicações do governo brasileiro sobre as investigações em frigoríficos envolvidos e ainda a ação de fiscais agropecuários. "A União Europeia quer saber a extensão de envolvimento dos 33 técnicos do ministério", relatou.
Maggi confirmou ainda que ele e o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, farão missões a grandes países importadores de carne brasileira.