Por caio.belandi

Brasília -  O escritório de advocacia que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou, nesta quarta-feira, que recorrerá da sentença contra o petista não somente nos tribunais brasileiros, mas também na Organização das Nações Unidas. "Estamos apelando e provaremos sua inocência em todas as cortes imparciais, incluindo as Nações Unidas", afirmou um assessor do escritório em uma mensagem à Agência AFP.

Presidente do PT: condenação é "eminentemente política"

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou nesta quarta-feira, que a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro é "eminentemente política". Segundo ela, o partido voltará a procurar órgãos internacionais para denunciar a "imparcialidade" do magistrado responsável pelos casos da Operação Lava Jato. "Foi uma decisão eminentemente política, baseada exclusivamente na necessidade de o juiz Sérgio Moro prestar contas à opinião pública", afirmou Gleisi.

Senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, acusa Sérgio Moro de imparcialidadeReprodução/TV Senado

Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-presidente pode recorrer em liberdade, uma vez que a prisão não foi decretada.

Proibido de ocupar cargos públicos

Moro também proibiu o ex-presidente de assumir qualquer cargo público por 19 anos, mas isso só passa a valer depois de esgotados todos os recursos. Em tese, o caso pode chegar até o Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa de Lula vai entrar com recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a segunda instância. Apesar de os recursos poderem chegar ao STF, uma condenação em segunda instância tornaria o ex-presidente inelegível por conta da Lei da Ficha Limpa.

Para Gleisi, não há razão para que Lula seja preso. "Qual é o risco que o ex-presidente Lula representa para o Brasil?", questionou a senadora. "Se quiserem tirar o Lula da vida política, sejam decentes e corajosos. Lancem um candidato e disputem nas urnas."

Em discurso no plenário do Senado, o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), também criticou a decisão. "Estão condenando o Lula sem uma prova. O procurador Deltan Dellagnol admite que não tem prova", disse, complementando que o partido não vai "aceitar calado".

Segundo Gleisi, os senadores do PT vão a São Paulo no fim da tarde desta quarta para prestar solidariedade a Lula.

Com informação da Agência Estado e da AFP

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