Brasília - Os governadores dos Estados produtores de Petróleo vão com sede ao pote do Tesouro para cobrarem o repasse de royalties – ou até antecipação, se houver acordo – após o resultado da última rodada de leilão da Agência Nacional de Petróleo há dias. Os R$ 3,6 bilhões que o consórcio Petrobras-ExxonMobil pagou para os campos foram a prova, para os governadores, de que a União está com discurso contraditório sobre receitas e arrecadação. É esse discurso palaciano ‘de crise’ que dificultou o acordo sobre o déficit do Rio de Janeiro e impossibilita novas renegociações de dívidas com outros Estados.
Prospecção
Os governadores não querem fazer nova adesão ao Repetro, o programa de isenção para indústria do petróleo, renovado para até 2040. É hora de arrecadar sobre as petroleiras.
Sem saldo
É justamente a política de isenção de produtos e indústrias – entre outros fatores como corrupção, em especial – que prejudica há anos as contas dos Estados como o Rio.
Tem óleo
A próxima rodada será no fim do mês e já tem oito grandes petroleiras internacionais interessadas nos lances. Nesta último, a Petrobras-Exxon pagou ágio de 200%.
Abram os olhos
Para o mercado, entre portas, isso é sinal de que a Petrobras tem dados concretos de que descobriu muito petróleo fora do pré-sal, mas não divulgou para evitar assédio político.
Eletrochina
Não há mais dúvida nos gabinetes do setor elétrico: a chinesa State Grid deve comprar a Eletrobrás na esperada privatização. O presidente da estrangeira tem circulado animado por rodinhas do eixo Rio-São Paulo. A empresa já comanda a construção das linhas de transmissão da usina de Belo Monte para Furnas, em Minas.
Dedo na tomada
Mas há um pavor no mercado, e entre especialistas, e Governo ainda não soube
explicar: Como ficará o controle do Operador Nacional do Sistema (NOS) e o comando em Itaipu binacional no caso de os chineses conseguirem o controle da Eletrobrás.
E a soberania?
É o ONS quem, digamos, tem o dedo na tomada para dar ou tirar luz do maior sistema interligado do mundo, que é o do Brasil. Pergunta-se na praça: E a soberania nacional, como fica? O Ministério de Minas e Energia jura que a União cuidará disso.
Em campanha
Presidente da Central dos Sindicatos do Brasil, Antônio Neto, amigo de Michel Temer que acaba de sair do PMDB, será candidato ao senado pelo PDT de São Paulo.
Chalita
Michel Temer decidiu em reuniões em SP. Gabriel Chalita será candidato ao Governo de São Paulo pelo PMDB. Temer o apadrinhou na disputa para a prefeitura anos atrás.
Haja fé
Pré-candidato em mais evidente campanha para o Palácio do Planalto em 2018, Ciro Gomes deve aparecer ao lado de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, na procissão do Sírio de Nazaré em Belém na próxima sexta-feira.
Do peito
O deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator da segunda denúncia da PGR contra Temer, expressa abertamente que não “vê nenhum crime” no encontro entre Temer e o hoje presidiário Joesley Batista no Palácio do Jaburu.
Do peito 2
“O presidente da República, como qualquer outra autoridade, pode receber quem quiser e a hora que for. É um direito nosso”, afirmou na CCJ, à época da primeira denúncia, ao criticar o parecer do deputado Sérgio Zveiter (RJ) favorável à de investigação.
Toga quente
Ma estar no STF o voto do ministro Alexandre de Moraes, ex-PSDB, contra o
afastamento de Aécio Neves. O senador foi o padrinho que alçou Moraes ao Ministério da Justiça e à cadeira no STF. Esperava-se que Moraes se declarasse “impedido”.
Ex-amigos
De Renan Calheiros, mirando Temer, sobre a pendenga STF x Senado sobre Aécio
Neves: “Isso se deve ao Governo deslegitimado, reprovado por 77% da população”.
Coluna de Leandro Mazzini