Por marlos.mendes

Minas Gerais - Uma mulher foi assassinada em uma viatura da Polícia Militar após denunciar o ex-marido no último sábado, na cidade de Pavão, interior de Minas Gerais. Laís Andrade, de 30 anos, descobriu que seu ex-companheiro havia instalado uma câmera dentro do seu banheiro e decidiu buscar ajuda da polícia. Ao fazer a denúncia, ela e o homem foram conduzidos no mesmo carro até a delegacia e ela foi assassinada dentro do veículo. Laís deixa um menino de oito anos.

Mulher é assassinada por ex-companheiro dentro de viatura policial Reprodução Facebook

Laís descobriu a câmera na janela de seu banheiro e ficou preocupada que suas imagens e as do seu filho fossem divulgadas e decidiu procurar a polícia. O homem admitiu ter instalado a câmera no banheiro da ex-mulher por suspeitar que ela estava tendo uma nova relação. As imagens eram gravadas em tempo real na CPU de um computador, localizado na laje do imóvel. Por conta do esquema de plantão regionalizado aos finais de semana, somente a maior unidade da Polícia Civil da região estava funcionando, a delegacia de Teófilo Otoni, a cerca de 100 km  de Pavão, onde os depoimentos seriam colhidos. 

A vítima e o agressor acabaram viajando no mesmo carro, contrariando os protocolos de atendimento policial. Segundo o delegado da Polícia Civil, Eduardo Gil, ele passou por uma revista antes de entrar no carro, mas antes de seguir viagem pediu para pegar um documento em casa. Foi quando ele pegou uma faca e escondeu no tênis, situação que não foi notada pelos policiais nem pela ex-companheira.  “Quando ele entrou na viatura, ele já antevia o resultado que queria, que era a prática do feminicídio”, disse o delegado.   

Os dois policiais militares que atenderam à ocorrência foram autuados por homicídio culposo pela corporação. De acordo com o 19º Batalhão da Polícia Militar, eles descumpriram uma norma interna da corporação ao não revistarem novamente o suspeito antes que ele entrasse novamente na viatura.

Os policiais foram denunciados à Justiça Militar e retirados das ruas. Passarão também por tratamento psicológico e poderão responder em liberdade. O caso também é apurado pela Polícia Civil.

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