São Paulo - A Polícia Civil identificou a mãe da recém-nascida encontrada abandonada dentro de uma mochila e com um bilhete no dia 11 de setembro em Penápolis, São Paulo. Ela tem 38 anos e mora em Guarapari, Espírito Santo. De acordo com a polícia, a mulher tem distúrbio mental, o que explicaria o abandono.
Segundo a polícia, a mulher foi grávida a Penápolis escondida da família com o objetivo de encontrar sua mãe biológica, e fez a viagem contando com caronas que conseguia na estrada. Ao chegar em Penápolis, as contrações aumentaram e ela deu à luz a menina na rua, abandonando-a na cidade na manhã do dia 11 de setembro, no bairro Pereirinha, Penápolis. A criança foi deixada dentro de uma mochila na frente de uma casa junto com um bilhete escrito à mão que dizia:
“Olá, queria que vocês cuida-se [sic] da minha filha, pois não tenho condições de cuidar dela pois não tenho família e nem uma casa. Ela se chama Yasmin, por favor cuide bem dela.”
De acordo com a polícia, quem encontrou a bebê foi uma mulher que passava pelo local e ouviu o choro da criança. A equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada e prestou os primeiros socorros. A criança foi levada para o pronto-socorro de Penápolis e, depois, para a ala de pediatria da Santa Casa.
Quando a mulher retornou para a casa, a família do Espírito Santo percebeu que ela não estava mais grávida e também estava sem a criança em mãos. A família entrou em contato com um parente que mora em Penápolis e ele informou que havia um caso de abandono de bebê na cidade há menos de um mês. Por isso, a família da mulher procurou a polícia, que acabou descobrindo o que havia acontecido.
Por falta de dinheiro da família para se deslocar até Penápolis e realizar um exame de DNA, será realizado, por decisão da Justiça de Penápolis, um exame grafotécnico para comparar a escrita da mulher com a escrita do bilhete encontrado junto com a bebê. A mãe será ouvida em Guarapari, Espírito Santo, e a Justiça ainda vai definir se vai indiciá-la por abandono de incapaz.
A bebê está sob os cuidados de uma família provisória, para onde foi encaminhada por determinação da Justiça após ter recebido alta da Santa Casa de Penápolis. Antes de ser encaminhada para o lar provisório, a criança foi levada para um abrigo, até que a família fosse encontrada ou, então, a criança fosse adotada. Mas, alegando falta de vagas no abrigo, o juiz Heber Gualberto Mendonça decidiu mandá-la para um lar provisório. A identidade e o endereço da família que está com a criança não foram revelados.
Segundo a polícia, caberá à Justiça decidir quem ficará com a criança, já que a família biológica tem prioridade e já demonstrou interesse em criar a bebê.