São Paulo - Uma mulher de 29 anos da cidade de Votuporanga, no interior de São Paulo, publicou na última terça-feira um desabafo em sua conta no Facebook depois de ser agredida pelo namorado. Na postagem, a vendedora Carla Januário compartilhou fotos dos ferimentos causados pela agressão e lamentou o episódio.
"E assim termina a realização de sonho de dividir o mesmo teto com a pessoa que você ama, seus sonhos, suas conquistas e até seus defeitos. Você fica sem chão, não sabe o que fazer e se pergunta o porquê de tudo isso estar acontecendo, por vezes perde até a vontade de viver...se sente um lixo, um nada. Uma dor profunda, que dói na alma...", escreveu.
Na publicação, Carla também aproveitou para fazer uma alerta e conscientizar mulheres a denunciarem parceiros com o mesmo tipo de atitude abusiva.
"Desculpem pelo desabafo, mas se vc mulher estiver passando por isso é hora de acordar. Diga #Não a qualquer tipo de violência", concluiu.
Até esta quinta-feira, a publicação de Carla atingiu quase duas mil curtidas e mais de cem compartilhamentos. Nos comentários, amigos e internautas se sensibilizaram com a moça.
"Parabéns pela atitude, você foi muito guerreira", escreveu uma mulher. "Já passei por isso, não há nada mais humilhante, doloroso na vida de uma mulher", confessou outra. "A mulher que vive em um relacionamento abusivo não consegue ter discernimento o suficiente, ela é oprimida, ameaçada, coagida", concluiu outra internauta.
Procurada pelo DIA, Carla contou que obteve uma medida protetiva contra o parceiro, na qual ele não pode se aproximar ou entrar em contato com ela sob o risco de ser preso.
A vendedora também revelou que teme uma nova agressão por parte do, agora, ex-namorado: "Amanhã volto à minha rotina de trabalho, mas sinto medo. Tenho medo da família dele também, pois os parentes não me ligaram e nem foram me ver", disse Carla, que contou que o suspeito foi solto após o pagamento de fiança.
De acordo com a vítima, o casal já havia discutido anteriormente, mas ela nunca havia sido agredida. "(As brigas) não foram tão graves assim. Mas aí a pessoa vem, conversa, pede perdão, no outro dia ela te trata bem, faz de tudo por você. Aí, você pensa 'não, eu amo esse cara', mas chegou a um ponto em que não aguentava mais", disse.
O caso está sendo acompanhado pela Polícia Civil de Votuporanga. Até a publicação desta reportagem, a polícia não havia passado mais detalhes sobre o caso.
?Reportagem do estagiário Rodrigo Sampaio, sob supervisão de Gabriela Mattos