Rio - Apesar dos avanços nas últimas décadas, milhões de brasileiros ainda vivem em situação precária dentro de suas próprias casas. O Brasil tem 20,6 milhões de domicílios sem rede de esgoto, quase 6 milhões de casas sem coleta de lixo e aproximadamente 2 milhões de residências sem água encanada, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao ano passado.
Dos 69,2 milhões de domicílios existentes no Brasil, em 29,7% o esgotamento sanitário era por meio de fossa não ligada à rede. Em 45,6 milhões de residências, 65,9% do total, o escoamento do esgoto era feito através da rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede.
Em 2016, 5,7 milhões de casas ainda não tinham serviço de coleta de lixo, 8,2% do total. Nessas residências, os resíduos eram queimados na própria propriedade. O lixo era coletado diretamente por serviço de limpeza em 57,2 milhões de domicílios, 82,6% das residências, e em caçamba de serviço de limpeza em 5,4 milhões de domicílios, 7,7%.
A água canalizada chegava a 67,3 milhões de residências, 97,2% dos domicílios. Mas 1,916 milhão de lares permaneciam sem água encanada.
Entre os que eram contemplados pela água canalizada, 85,8% tinham como principal fonte de abastecimento de água a rede geral de distribuição. Deste contingente, a disponibilidade da rede geral era diária em 87,3%; em 5%, a frequência era de 4 a 6 vezes na semana; e de 1 a 3 vezes na semana em 5,8% dos domicílios.
Em 61,2 milhões de domicílios brasileiros, 88,4% do total, as paredes externas eram de alvenaria ou de taipa com revestimento. Ainda havia 4,4 milhões de lares com paredes externas de alvenaria ou taipa sem revestimento, 3,3 milhões com parede de madeira apropriada para construção e 380 mil domicílios com paredes de outro material.
Os domicílios próprios já pagos representavam 68,2% do total, 47,2 milhões de residências. Outros 5,9% eram próprios mas ainda estavam sendo pagos, o equivalente a 4,1 milhões, e os alugados respondiam por 17,5%, ou 12,1 milhões de domicílios. Os lares cedidos representavam 8,2%, 5,7 milhões de domicílios, e aqueles em outra condição, como os casos de invasão, somavam apenas 0,2%, ou 143 mil domicílios.
Internet e eletrônicos
O País já tem quase 64 milhões de lares com acesso a telefone celular. Em 2016, 92,3% dos 69,224 milhões de domicílios brasileiros tinham pelo menos um morador com telefone móvel, enquanto que o telefone fixo convencional era encontrado em apenas 34,5% das casas, 23,891 milhões de residências.
A geladeira foi outro item encontrado em quase a totalidade dos domicílios, 98,1% deles, 67,938 milhões. O resultado significa, porém, que 1,286 milhões de lares ainda não possuem geladeira.
A televisão estava presente em 67,394 milhões de casas (97,4%), mas em 22,687 milhões delas, o aparelho ainda era do modelo antigo, de tubo.
A máquina de lavar roupa já chegou a 43,636 milhões de residências no País, mas a posse do eletrodoméstico ainda é desigual. A máquina de lavar roupa está presente em apenas um terço dos lares na Região Nordeste (33,5%) e um pouco mais na Região Norte (41,4%). No Sul, 83,3% dos domicílios tinham o eletrodoméstico; no Sudeste, 76,8%; e no Centro-Oeste, 67,1%.
O acesso à Internet no domicílio por parte de algum morador chegou a um porcentual de 63,6% das casas; 60,3% das residências tinham acesso através de telefone celular; 40,1%, via microcomputador; e 12,1%, pelo tablet.