Bombeiros trabalham para tentar localizar possíveis vítimas nos escombros do prédio Wilton Paes de Almeida, que desabou no dia 1º de maio, em São Paulo - AFP
Bombeiros trabalham para tentar localizar possíveis vítimas nos escombros do prédio Wilton Paes de Almeida, que desabou no dia 1º de maio, em São PauloAFP
Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - A arcada dentária e o tecido humano encontrados sob os escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou após um incêndio no centro de São Paulo, pertencia a Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro. A informação foi divulgada no início da tarde desta segunda-feira pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho. Pinheiro era o que estava pendurado por uma corda e sendo resgatado no momento do desabamento, parte do seu corpo foi encontrado na sexta-feira.

"Os bombeiros localizaram ontem (domingo) um pouco de tecido humano e uma parte de uma arcada dentária. Obtive confirmação da Polícia Técnica Científica de que tanto o tecido quanto a arcada são da vítima Ricardo, que já foi identificado", disse.

Mágino Alves disse ainda que o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) vai investigar possíveis casos de extorsão aos moradores desabrigados. Segundo relatos, o Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM) cobrava uma taxa para permanecer na ocupação.

Previsão

De acordo com o secretário, a previsão de conclusão dos trabalhos de resgate de vítimas e remoção dos escombros muda dependendo das dificuldades que os bombeiros encontram nas buscas. Na manhã desta segunda-feira, o capitão dos bombeiros Marcos Palumbo deu o prazo de cinco dias para encerrar os trabalhos.

"Já tínhamos estabelecido prazo de 10 dias, 13 (dias), passou para 15... O prazo é o prazo que tiver que ser feito, com prudência e com cautela para tentar encontrar ainda alguma pessoa viva ou mesmo para conseguir localizar restos mortais", afirmou Mágino Alves.

O secretário afirmou que a polícia continua colhendo depoimentos no 3° Distrito Policial (Campos Elíseos). O prédio pegou fogo e ruiu nas terça-feira da semana passada, dia 1º de maio.

Síndico de prédio vizinho diz ter feito alerta a autoridades

O síndico do prédio Caracu, Aparecido Guimarães Dias, disse neste domingo que comunicou há cinco anos à Prefeitura de São Paulo "descolamento" de cerca de 80 centímetros da parede do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou. Segundo ele, o edifício estava pendendo para a Avenida Rio Branco.

Era uma fenda de aproximadamente 80 centímetros. Colocamos uma tábua e cedeu; depois colocamos um rufo e também caiu. Ninguém dava assistência, ninguém se interessava por esse prédio", explicou Dias.

Por causa do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, o prédio Caracu foi evacuado e interditado pela Defesa Civil. O síndico diz acreditar que os moradores poderão voltar aos apartamentos em cerca de 35 dias. "A parte estrutural do prédio está boa. Será necessário refazer a parte elétrica, que fica no subsolo", disse Dias.

Neste domingo, 6, um grupo de moradores, acompanhado do Corpo de Bombeiros, pôde entrar nos apartamentos para a retirada de pertences. De acordo com Dias, há 96 moradores no prédio, que foi construído em 1945 e inaugurado em 1957. O Caracu tem 115 apartamentos e 3 sobrelojas.

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