O presidente Michel Temer em pronunciamento - José Cruz/Agência Brasil
O presidente Michel Temer em pronunciamentoJosé Cruz/Agência Brasil
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O presidente Michel Temer reagiu ontem ao cerco da Polícia Federal (PF) e acusou a investigação que apura se o emedebista favoreceu empresas do setor portuário em troca de propinas de ter entrado "no terreno da ficção  policial". No mesmo dia, ele sofreu um novo golpe vindo da instituição. No âmbito da investigação sobre um repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht a Temer e seu grupo, a PF pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo telefônico do presidente e de seus dois mais próximos auxiliares no Planalto: os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), e de Minas e Energia, Moreira Franco (MDB).

A PF informou ao Supremo ter uma planilha que indicaria o pagamento de uma mesada de R$ 340 mil por parte de empresas atuantes no setor portuário, inclusive a Rodrimar, a Temer, ao longo dos anos 1990, como revelou o blog da jornalista Andréa Sadi, do G1. O documento constava de um inquérito de 2011, arquivado pelo STF e foi trazido ao novo inquérito pelo delegado Cleyber Malta Lopes.

Na planilha, constam as iniciais MT e MA, ligadas a quantias. MT, para os investigadores, é Michel Temer, e MA, Marcelo Azeredo, indicado pelo então deputado para comandar a Codesp, estatal que comanda o Porto de Santos.

Na nota divulgada pelo Planalto, Temer acusa a PF de produzir "um fantasioso cenário de reconstrução arqueológica", "alimentando apenas uma imensa farsa".

"Sem fatos novos ou provas, delegado tenta reabrir investigação já arquivada duas vezes pela Justiça por falta de provas", se queixa Temer na nota.

No início de março, o ministro Luís Roberto Barroso já havia autorizado a quebra de sigilo bancário e fiscal de Temer no inquérito que investiga o Decreto dos Portos, assinado em 2017, que amplia de 25 para 35 anos o prazo de concessão de empresas portuárias.

QUEBRA DE SIGILO

Já o pedido de quebra de sigilo faz parte da investigação do repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht para campanhas do MDB que teria sido sacramentado em uma reunião no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, em 2014.

Segundo o ex-presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, o jantar foi um 'shake hands' no qual não se falou em dinheiro, já que tudo teria sido acertado previamente entre Eliseu Padilha e um executivo do grupo.

A decisão sobre o pedido é do ministro Edson Fachin, relator do inquérito que tramita no STF.

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