Rio - O candidato à Presidência pelo Novo, João Amoêdo, defendeu redução da maioridade penal para 16 anos, privatização de presídios e prisão em segunda instância, como medidas para reduzir a 'sensação de impunidade. Ele também defendeu o porte de armas: "Liberdade com responsabilidade, é um dos meus princípios", mas ressaltou que entende o porte como direito a legítima defesa, e não como medida de segurança pública, que considera a principal atribuição do estado. O engenheiro, que fez carreira no mercado financeiro, foi sabatinado na tarde desta sexta-feira pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Amoêdo defende legislação mais rígida para reduzir a violência. "A percepção geral do criminoso é de que a possibilidade de ser preso é baixa e de que, se for preso, será por pouco tempo." Ele disse que seu governo seria mais restritivo com indultos e saidões e defendeu reforma dos presídios com participação da iniciativa privada. "Falta recurso no estado brasileiro para investimento. Podemos fazer PPPs (Parcerias público-privadas). Neste momento em que falta recurso, a medida seria importante para avançarmos no processo de melhoria dos presídios brasileiros", defendeu.
O presidenciável também se disse a favor da redução da maioridade penal para 16 anos, 'por ser a idade em que os adolescentes tem o direito de votar'. O candidato defendeu a intervenção federal no Rio, mas disse que não a renovaria, por considerar que o país precisa de reformas importantes, que não podem ser feitas sob intervenção. "Foi positiva a entrada do Exército na cidade do Rio. Muitos criticaram, mas era necessário".
Saúde
O presidenciável disse defender o Sistema Único de Saúde (SUS) e prometeu melhorar a gestão do sistema com tecnologia e com parcerias com a iniciativa privada. "Devemos formar consórcios municipais e criar hospitais maiores que atendam entre cinco e sete municípios em regiões desabastecidas". Amoêdo disse que mais tecnologia deve ser usada no sistema e listou "prontuário eletrônico", "telemedicina" e "marcação de consulta por celular".
Ele defendeu a criação de um 'vale saúde', que comparou com o Bolsa Família, no qual uma população específica, de baixa renda, receberia um vale para aderir a planos e ir a clínicas populares da iniciativa privada.
Aborto
O candidato se disse pessoalmente contra o aborto, mas prometeu cumprir as decisões do Supremo Tribunal Federal e do Legislativo. Perguntado que política implantaria para que o SUS atendesse as mulheres, no caso da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação pelo STF, não souber responder objetivamente, disse apenas que iria cumprir a lei.
Educação
Assim como para a saúde, Amoêdo defende um vale para a educação. Ele disse que a medida daria a possibilidade dos alunos migrarem entre escolas privadas e públicas, o que segundo ele, traria concorrência para a escola pública. "Se boa parte migrasse para a educação privada, o número de alunos em escola pública diminuiria e a escola pública teria que fazer mais investimentos para atrair alunos", defendeu.
Ele disse que, se vencer as eleições, não mexerá na política de cotas, garantida até 2020, mas disse não gostar da solução. "Cota precisa se tornar desnecessária ao longo do tempo."