Campinas - A Polícia Civil revelou nesta sexta-feira que Euler Grandolpho, o homem de 46 anos que entrou na Catedral de Campinas e matou cinco pessoas, no dia 11 de dezembro, já planejava uma chacina pelo menos desde 2008. O delegado Henrique Ventura apresentou uma série de imagens recolhidas na casa do atirador, entre as quais desenhos representando tiroteios e fotos do atirador em pose de ataque, no que para ele seria uma espécie de treino para a ação.
Para Ventura, a motivação do crime foi a necessidade de "chamar atenção do Estado para as perseguições que, na cabeça dele, sofria".
Boa parte das informações sobre o plano do ex-funcionário público estava em um diário apreendido pela Polícia Civil na casa do pai do atirador, em Indaiatuba (SP), onde ele vivia. As peças revelam uma personalidade atormentada. Grandolpho se sentia vigiado permanentemente e perseguido por vizinhos de condomínio do pai e por autoridades. Ele chegou a registrar queixas na delegacia de Indaiatuba.
"Qualquer pessoa que tem o mínimo de consciência faria o que eu vou fazer. Não tenho dúvidas disso. É lamentável chegar a essa conclusão, mas é o que vai acontecer. Eu garanto que minha alma via ficar em paz", disse, em áudio registrado em 2016.
Grandolpho pesquisou ao longo dos anos outros massacres e escreveu no diário uma mensagem de congratulação ao autor do massacre de Realengo, que vitimou 11 estudantes na Zona Oeste do Rio. O atirador, após ter aberto fogo na igreja, foi atingido por policiais e optou pelo suicídio.