Rio - A deputada federal eleita e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman, vai a Venezuela representar o PT na posse de Nicolás Maduro nesta quinta-feira. A Assembleia Nacional venezuelana, eleita em 2015 e de maioria opositora, qualificou Maduro de "usurpador" e começou na terça-feira a debater fórmulas para promover a "transição política" na Venezuela. O Congresso, no entanto, teve seus poderes caçados pelo Judiciário, que permanece leal ao presidente. Seus adversários o acusam de destruir a Constituição e a economia, e de ser um "ditador" sustentado pelos militares, aos quais outorgou poder em todas as frentes e que considera a "espinha dorsal" do país.
Em nota publicada no site do partido, Gleisi anuncia a participação na posse do presidente da Venezuela e rechaça o intervencionismo e a posição agressiva do atual governo brasileiro contra o país. O texto elenca os motivos da decisão, como a "discordância da legenda com a 'política intervencionista e golpista incentivada pelos Estados Unidos', com a adesão do atual governo brasileiro e outros governos. "Bloqueios, sanções e manobras de sabotagem ferem o direito internacional, levando o povo venezuelano a sofrimentos brutais", diz a nota.
No texto, o partido também reconhece a eleição pela qual Nicolas Maduro foi eleito, 'conforme regras constitucionais vigentes, enfrentando candidaturas legítimas da oposição democrática'.
Entre os chefes de Estado que comparecerão à cerimônia estão o presidente boliviano, Evo Morales, que também compareceu à posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, e Daniel Ortega, presidente da Nicarágua. O ministro da Agricultura da China, Han Changfu, e o vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, também estarão na posse de Maduro.