Vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Vice-presidente do Brasil, Hamilton MourãoMarcelo Camargo/Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, voltou a afirmar que o governo brasileiro não pretende restringir as atividades da gigante tecnológica chinesa Huawei no País.

"A Huawei vem sendo acusada mundialmente de repassar os dados que têm para o governo chinês. Conversei com o CEO da Huawei e disse que eles têm que criar um clima de confiança de modo que isso não ocorra. Enquanto houver esta confiança, não tem problema nenhum", disse o vice no Palácio do Planalto.


Questionado se haveria algum plano no sentido de banir eventualmente a Huawei de trabalhar no Brasil, Mourão negou. "Não temos nenhum plano disso aí", afirmou. "Não temos interesse em restringir ninguém. É a livre concorrência", destacou.

Mourão também ponderou que a Huawei domina a tecnologia do 5G e está entre as quatro empresas do mundo que fazem isso.

Mais cedo, em entrevista ao Valor, Mourão disse que o presidente Jair Bolsonaro não falou em banir a Huawei em "nenhum momento". "Nós somos um país que precisa, somos um país muito pouco integrado digitalmente. Você sai daqui de Brasília, anda 50 km na estrada e não fala mais no telefone. Temos um marco de telecomunicações que é da década de 1990. Ele não atende mais. As operadoras têm que expandir a rede, mas elas são obrigadas a investir em telefonia fixa, orelhão. Tem que mudar o marco", afirmou ele ao Valor.

Em visita à China, no mês passado, o vice-presidente já havia declarado que o Brasil "vê com bons olhos" a companhia chinesa de tecnologia Huawei. A afirmação ocorre no momento em que Estados Unidos e China travam uma batalha pelo mercado de tecnologia.

"Geram empregos numa área de tecnologia distinta, vemos com muitos bons olhos (...) a Huawei está estabelecida no Brasil e vai fazer mais investimentos. Na semana passada, recebi representantes da Huawei em meu gabinete em Brasília. Me apresentaram planos de expansão no País", disse na ocasião.