Três das 33 estruturas paralisadas estão na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, onde houve o rompimento da barragem B1 em 25 de janeiro, causando mais de 200 mortes. As demais estruturas com operações suspensas se situam nas cidades mineiras de Nova Lima, Ouro Preto, Itabirito, Itabira, Barão de Cocais, Rio Piracicaba e Mariana.
Para diversas barragens, o nível de segurança, índice que indica o risco de rompimento, foi elevado para 2 ou 3. Quatro delas apresentam as situações mais delicadas: Sul Superior, em Barão de Cocais; Forquilha I e Forquilha III, em Ouro Preto; e B3/B4, em Nova Lima. Essas barragens estão no nível 3, alerta máximo que significa risco iminente de ruptura.
No último dia 22, foram retomadas na integralidade as operações da barragem de Laranjeiras. Ela integra a Mina de Brucutu, a maior da Vale em Minas Gerais. Inaugurada em 2006 no município de São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), a mina foi implementada ao custo de US$ 1,1 bilhão.
Divergências
Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu os efeitos da última liminar concedida pelo TJMG para paralisar as atividades na barragem de Laranjeiras. A nova decisão foi tomada em 18 de junho. "A Vale reafirma seu guidance de vendas de minério de ferro e pelotas de 307-332 Mt em 2019, anteriormente divulgado, e informa que a expectativa atual é que as vendas se aproximem do centro da faixa", informa a mineradora em nota.
Compensação
"Entendemos que esse novo apoio financeiro temporário é necessário para melhorar a oferta de serviços básicos fornecidos pelos Poderes Públicos das cidades em que foram prejudicadas pela paralisação das nossas operações. A Vale reafirma seu compromisso a continuar produzindo e investindo em Minas Gerais, estado estratégico para o presente e para o futuro da empresa", disse Luiz Eduardo Osorio, diretor-executivo de Relações Institucionais da mineradora.
Barragens a montante
De acordo com a mineradora, US$ 1,9 bilhão foi provisionado para o processo de descomissionamento. Duas barragens serão completamente descomissionadas em três anos. Outras cinco deverão primeiro ser submetidas a uma alteração do alteamento, que passará a utilizar o método a jusante, considerado mais seguro. Há ainda duas estruturas que, antes do descomissionamento, passarão por intervenções para aumentar suas condições de segurança. Além dessas nove, também está sendo descaracterizada a barragem que se rompeu em Brumadinho.
Confira todas as barragens paralisadas:
2) Barragem Menezes I, da Mina Córrego do Feijão
3) Barragem Menezes II, da Mina Córrego do Feijão
NOVA LIMA
5) Barragem Fernandinho, do Complexo de Vargem Grande (em descomissionamento)
6) Dique III, do Complexo de Vargem Grande
7) Barragem Captação Trovões, do Complexo de Vargem Grande
8) Dique Taquaras, da Mina de Mar Azul
9) Barragem B3/B4, da Mina de Mar Azul (em descomissionamento)
10) Dique B, da Mina de Capitão do Mato
11) Barragem Capitão do Mato, da Mina de Capitão do Mato
12) Peneirinha, da Mina de Capitão do Mato
13) Dique Auxiliar da Barragem 5, da Mina de Águas Claras
14) Barragem 8B, da Mina de Águas Claras (em descomissionamento)
OURO PRETO
16) Barragem Forquilha II, do Complexo de Fábrica (em descomissionamento)
17) Barragem Forquilha III, do Complexo de Fábrica (em descomissionamento)
18) Barragem Forquilha IV, do Complexo de Fábrica
19) Barragem Grupo, do Complexo de Fábrica (em descomissionamento)
20) Barragem Marés II, do Complexo de Fábrica
21) Barragem Doutor, da Mina de Timbopeba
22) Barragem Natividade, da Mina de Timbopeba
23) Barragem Timbopeba, da Mina de Timbopeba
ITABIRITO
25) Barragem Maravilhas II, da Mina do Pico
ITABIRA
27) Dique Minervino, da Mina de Cauê
28) Dique 02, do sistema de barragens de Pontal
BARÃO DE COCAIS
RIO PIRACICABA
MARIANA
SABARÁ
33) Dique da Pilha 1, da Mina Córrego do Meio