Leo com o tio Jair Bolsonaro: nos primeiros 45 dias do governo, ele esteve 58 vezes no Palácio do Planalto - Reprodução/ Instagram
Leo com o tio Jair Bolsonaro: nos primeiros 45 dias do governo, ele esteve 58 vezes no Palácio do PlanaltoReprodução/ Instagram
Por O Dia

Brasília - O assessor parlamentar Leonardo Rodrigues de Jesus, o Leo Índio, primo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, virou uma espécie de espião voluntário do governo. Nos primeiros quatro meses da gestão do tio, ele elaborou dossiês informais de "infiltrados e comunistas" nas estruturas federais nos estados.

Os relatórios começaram a ser feitos de maneira unilateral, sem pedido oficial do Planalto, quase sempre de maneira amadora. Leo Índio cruza dados abertos da estrutura federal nos estados com notícias de jornais e de colunas, para identificar a quem o servidor comissionado está ligado.

Muito próximo do primo e vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), com quem dividiu apartamento no Rio, ele já viajou para Maranhão, Bahia e Minas Gerais, catalogando "alvos incompatíveis" com a administração federal. Coincidentemente, três estados que estão ou estiveram sob domínio de governantes do PT e do PCdoB. Nestas viagens, Leo dedicou parte do seu tempo a reuniões políticas com militantes do PSL e apoiadores do presidente.

Foi depois de um desses encontros que surgiu o nome da ex-deputada estadual Maura Jorge (PSL-MA), que passou a comandar a Superintendência da Funasa no Maranhão, órgão historicamente ligado à família Sarney. Pelas redes sociais, Maura Jorge agradeceu: "Dias atrás, informei a vocês sobre o convite que o presidente Jair Bolsonaro me fez para compor seu governo. Hoje, fico honrada em anunciar que decidi aceitar essa missão, assumindo o comando da Funasa no Maranhão, pois tenho a certeza de que, desse modo, vamos poder fazer ainda mais pelo progresso do nosso estado e do povo maranhense".

Leo Índio ganhou notoriedade por ter carta branca para entrar no Palácio do Planalto. Nos primeiros 45 dias da gestão de Bolsonaro, o primo dos filhos do presidente esteve 58 vezes no Planalto. Atualmente, ele, que já foi estudante de Administração, ocupa o cargo de assessor parlamentar do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), vice-líder do governo, com o salário de R$ 22.943,73. Questionado sobre sua atuação no governo, limitou-se a dizer que está "focado nas missões que o senador (Chico Rodrigues) designou".

 

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