Deputado José Wilson Santiago é suspeito de receber propina - Agência Brasil
Deputado José Wilson Santiago é suspeito de receber propinaAgência Brasil
Por ODIA

Com aval do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, a Polícia Federal deflagrou na manhã de ontem a operação Pés de Barro, que investiga desvios de recursos para obras de uma adutora no sertão da Paraíba. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado José Wilson Santiago (PTB-PB), na Câmara dos Deputados, em Brasília. Santiago teve o afastamento do cargo pedido pelo ministro do Supremo.

A investigação apura o pagamento aos suspeitos de propina no valor de R$ 1,2 milhão. O dinheiro teria vindo do superfaturamento nas obras de construção de um sistema adutor entre as cidades de São José do Rio do Peixe e Uiraúna, no sertão da Paraíba. Essa obra estava orçada inicialmente em R$ 24,8 milhões, ainda de acordo com a polícia.

De acordo com a PF, o inquérito surgiu de informações obtidas em uma proposta de delação premiada, que está sob sigilo.

Em nota, a defesa de Santiago afirmou que ele "recebe com respeito e acatamento a decisão do Ministro Celso de Mello" e que "está absolutamente tranquilo e demonstrará, em momento oportuno, a inexistência de qualquer relação com os fatos investigados".

Já o PTB, partido do deputado, informou, também em nota, que "acompanhará o andamento das investigações" e que "espera que Wilson Santiago consiga provar sua inocência."

No total, foram expedidos 13 mandados de busca e apreensão, nas cidades de João Pessoa, São João do Rio do Peixe, Uiraúna (PB) e Brasília (DF).

Há ordens de afastamento das funções públicas para outros seis alvos da operação, além do deputado federal.

Cueca cheia de dinheiro

Além do deputado José Wilson Santiago e de quatro de seus assessores, foram alvo da operação da Polícia Federal o empresário Cledson Dantas, o prefeito de Uiraúna, João Bosco Nonato Fernandes e um funcionário da prefeitura, Severino Batista, os dois últimos foram presos na operação.

A prisão do prefeito se deu após delação do empresário George Ramalho Barbosa, proprietário da empresa Coenco Construções Empreendimentos e Comércio, que filmou Nonato Fernandes levando na cueca R$ 25 mil que seriam de um repasse do esquema de corrupção envolvendo a adutora.

Todos os acusados deverão responder, segundo a PF, pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, fraude licitatória e formação de organização criminosa, cujas penas, somadas, ultrapassam 20 anos de reclusão.

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