Dois homens mexeram nas lixeiras para encontrar as notas fiscais das refeições pedidas pelos jornalistas por meio de serviços de entrega durante o fim de semana. Vestidos com camisetas com os dizeres "direita raiz", eles procuraram os nomes dos profissionais e gravaram um vídeo para atacar a imprensa, comparando o trabalho dos jornalistas com o lixo produzido pelos repórteres.
A equipe de segurança do Palácio da Alvorada consultou os jornalistas para saber o que havia ocorrido. Em seguida, abordou os homens e pediu a eles que apagassem o vídeo. Depois disso, eles deixaram a residência oficial.
Procurada, a assessoria de imprensa da Presidência da República afirmou que deve se manifestar por nota oficial, mas a resposta não foi enviada até a publicação da reportagem.
Bolsonaro já incentivou apoiadores a intimidarem os profissionais da imprensa no local. Na terça-feira, o presidente mandou os jornalistas calarem a boca ao negar interferência política na Polícia Federal (PF). Nesse sábado, 9, Bolsonaro chamou os jornalistas de "idiotas" pelas redes sociais quando disse que o churrasco que ele mesmo convocou por dois dias seguidos era "fake".
No último domingo, profissionais do Estadão foram agredidos com chutes, murros e empurrões por apoiadores de Bolsonaro durante manifestação na Esplanada dos Ministérios. O presidente disse que não viu as agressões e responsabilizou "possíveis infiltrados" pelos ataques.