Nelson Teich e Bolsonaro -  Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Nelson Teich e Bolsonaro Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Por O Dia
Brasília - O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira, em frente ao Palácio da Alvorada, que vai reunir-se nesta tarde com o ministro da Saúde, Nelson Teich, para falar sobre o uso da hidroxicloroquina em paciente com a covid-19, apesar de sua eficácia ainda não ter sido comprovada.
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O medicamento é indicado atualmente para casos graves, segundo protocolo do Ministério da Saúde. O motivo da revisão, de acordo com Bolsonaro, é a preocupação com o alto número de mortes pela doença no País. Nesta terça, o Brasil bateu novo recorde de aumento de óbitos em 24h, registrando 881 mortes. No total, a perda de vidas já chega a 12.400 no País. Os casos confirmados são 177.589.

"A gente está preocupado com o elevado número de mortes e está analisando o protocolo do Ministério da Saúde que manda aplicar a cloroquina apenas em casos graves", disse o presidente.
A hidroxicloroquina e um composto relacionado à cloroquina são utilizados há décadas para tratar a malária, assim como distúrbios autoimunes como lúpus e artrite reumatoide.

"Há o entendimento de muitos médicos do Brasil e outras entidades de outros países que entendem que a cloroquina pode e deve ser usada desde o início, apesar de saberem que não tem uma confirmação científica da sua eficácia", afirmou. Segundo o presidente, o medicamento deve ser usado desde o início por pacientes em grupos de risco, como aqueles com doenças crônicas

Questionado se estava incomodado com atuação de Teich, Bolsonaro afirmou que seus ministros devem estar alinhados com ele. "Ministros têm que estar afinados comigo. Todos os ministros são indicações políticas minhas, tá certo? E quando eu converso com os ministros, eu quero eficácia na ponta da linha. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, tá?", disse.

"Se existe uma possibilidade de diminuir esse número de mortes com a cloroquina, por que não usá-la?", indagou. O presidente destacou que o medicamento pode ser um "alento" para o número de mortes.

"Enquanto não tivermos algo comprovado no mundo, temos este no Brasil aqui, que pode dar certo, pode não dar certo. Mas como a pessoa não pode esperar quatro, cinco dias para decidir, que a morte pode vir, é melhor usar", disse o presidente, sem mencionar nenhum dos efeitos colaterais já observados pelo setor médico.
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Com informações do Estadão Conteúdo