A acusação foi feita em entrevista de Marinho ao jornal Folha de S.Paulo. O empresário disse, na entrevista, que o senador relatou em uma reunião em dezembro de 2018 que teve conhecimento de forma antecipada sobre a realização da Operação Furna da Onça, que alcançou Queiroz.
Segundo Marinho, Flávio Bolsonaro contou que recebeu o aviso de um delegado da PF do Rio. Simpatizante da eleição de Jair Bolsonaro, o agente teria recomendado ao senador que tirasse Queiroz do cargo. Marinho, amigo do ex-ministro Gustavo Bebianno, colaborou com a campanha presidencial de Bolsonaro, principalmente ao ceder sua mansão, na zona sul do Rio, como palco de reuniões e gravações de propaganda eleitoral. Acabou escolhido como suplente de Flávio Bolsonaro.
Em nota publicada na manhã deste domingo, 17, em suas redes sociais, Flávio Bolsonaro diz que "o desespero de Paulo Marinho causa um pouco de pena" e que o empresário "preferiu virar as costas a quem lhe estendeu a mão", ao trocar a "família Bolsonaro por Doria e Witzel", e "parece ter sido tomado pela ambição".
Marinho foi nomeado presidente regional do PSDB no Rio, em uma articulação feita pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Quando Bebianno foi exonerado do ministério de Jair Bolsonaro, ainda no início de 2019, e rompeu com o presidente, filiou-se ao PSDB, despontando como pré-candidato à Prefeitura do Rio nas eleições deste ano. Com o falecimento de Bebianno, que teve um enfarte em março, Doria indicou Marinho como candidato.
"É fácil entender esse tipo de ataque ao lembrar que ele, Paulo Marinho, tem interesse em me prejudicar, já que seria meu substituto no Senado. Ele sabe que jamais teria condições de ganhar nas urnas e tenta no tapetão. E por que somente agora inventa isso, às vésperas das eleições municipais em que ele se coloca como pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, e não à época em que ele diz terem acontecido os fatos, dois anos atrás? Sobre as estórias, não passam de invenção de alguém desesperado e sem votos", escreveu Flávio Bolsonaro na nota.