Até o dia 20 de maio, 76 exames haviam sido realizados nos ambulatórios da Coordenadoria de Saúde da Presidência (Cosau), dos quais seis testaram positivo para a covid-19. Os demais diagnósticos foram feitos em laboratórios externos. Após disputa judicial com o Estadão, o presidente apresentou, no dia 13 de maio, o resultado de seus três testes, que indicaram que ele não foi infectado pelo coronavírus.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem descumprido as orientações das autoridades mundiais de Saúde para o distanciamento social, indo a manifestações e visitando comércios. Nessas ocasiões, o mandatário, acompanhando por diversos auxiliares, frequentemente dispensa o uso da máscara, cumprimenta apoiadores com as mãos, faz selfies e pega crianças no colo.
No Distrito Federal, o uso de máscara é obrigatório em locais públicos. A multa pela falta do equipamento é de até R$ 2 mil, mas o presidente não foi punido apesar de infringir a regra. Em reuniões e eventos no Planalto, as medidas de proteção não são adotadas de forma unânime. O uso da máscara é é realizado conforme a vontade de cada um nos encontros em salas fechadas.
O Brasil é o segundo país no mundo com mais casos de coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Dados divulgados nesta segunda-feira, dia 1º, apontam que o país registra 526.447 infectados e 29.937 mortes pela covid-19.
O Palácio do Planalto emprega atualmente 3.395 servidores, que trabalham na Casa Civil, Secretaria de Governo, Secretaria-Geral da Presidência e Gabinete de Segurança Institucional. Eles se dividem no prédio principal e nos anexos do Planalto.
Por medida de segurança, pessoas acima de 60 anos e integrantes do grupo de risco puderam adotar o home-office. Segundo relatos ao Estadão, quando um caso é confirmado, todos os outros funcionários que atuam no mesmo setor são encaminhados para testes.
O primeiro caso de covid-19 confirmado no Planalto foi o do chefe da Secretaria Especial de Comunicação (Secom), Fabio Wajngarten, após viagem aos Estados Unidos com o presidente. Após Wajngarten testar positivo em 12 de março, Bolsonaro passou a ser monitorado e realizou três testes, mas se recusou a exibir os resultados. Os documentos só foram entregues após ação judicial do Estadão.
Após a viagem, outros servidores do Planalto também testaram positivo. Entre eles, o ministro-chefe do GSI, Augusto Heleno; o ajudante de ordens, major Mauro César Barbosa Cid; o chefe do cerimonial, Carlos França, e o assessor especial para Relações Exteriores, Filipe Martins. O então diretor do Departamento de Segurança Presidencial, coronel Gustavo Suarez, também foi contaminado.
Entre os auxiliares diretos do presidente, o caso mais recente de contaminação foi o do porta-voz Otávio Rêgo Barros, que não viajou aos Estados Unidos. Diagnosticado no dia 5 de maio, ele tem a volta ao trabalho no Palácio do Planalto programada para esta quarta-feira, 3.